Ativistas atiram sopa a Mona Lisa. Vidro à prova de bala salvou-lhe o sorriso

Um grupo de ativistas atirou sopa ao famoso quadro de Mona Lisa, exposto no Museu do Louvre, em Paris, que se encontrava protegido por vidro à prova de bala, numa ação de protesto pelo direito a “alimentação saudável e sustentável”.

Duas ativistas da organização francesa “Riposte Alimentaire” (Resposta Alimentar) atiraram sopa à pintura de Mona Lisa que se encontra exposta no Louvre, no centro de Paris.

A pintura do século XVI de Leonardo da Vinci, uma das obras de arte mais famosas do mundo, está protegida por vidro à prova de bala, pelo que é improvável que tenha sido danificada, diz a BBC.

Vídeos partilhados nas redes sociais mostram as duas manifestantes, com t-shirts com o slogan “contra-ataque alimentar“, a atirar o líquido ao quadro do mais famoso sorriso do mundo.

As duas ativistas posicionam-se depois em frente à pintura, e questionam: “O que é mais importante? A arte ou o direito a uma alimentação saudável e sustentável?”

“O vosso sistema agrícola está doente. Os nossos agricultores estão a morrer no trabalho”, acrescentam as manifestantes. A segurança do museu é então vista a colocar painéis pretos à frente delas antes da sala ser evacuada.

Numa declaração enviada à agência de notícias AFP, a Riposte Alimentaire afirma que o ato de atirar sopa marca o “início de uma campanha de resistência civil com a clara exigência… da segurança social de alimentos sustentáveis”.

Numa reação ao ato de vandalismo, Rachida Dati, Ministra da Cultura da França, afirmou que nenhuma causa justifica que Mona Lisa seja alvo destes ataques. “Como o nosso património, a pintura pertence às futuras gerações”, escreveu a ministra no seu perfil no Twitter.

A capital francesa tem assistido a protestos de agricultores nos últimos dias, pedindo o fim do aumento dos custos dos combustíveis e a simplificação da legislação do setor. Na sexta-feira, as estradas principais de entrada e saída de Paris foram bloqueadas em ações de protesto.

Não é a primeira vez que a famosa Gioconda é atacada. Em 2022, um ativista disfarçado de idosa atirou bolo ao quadro de da Vinci, instando as pessoas a “pensarem na Terra“.

A Mona Lisa está protegida por vidro de segurança desde o início da década de 1950, depois de ter sido danificada por um visitante, que lhe atirou ácido.

Em 2019, o museu, que é o mais visitado do mundo, instalou placas de vidro à prova de bala feitas com materiais mais transparentes, que garantem a sua proteção sem prejudicar a sua visibilidade.

Em 1911, a pintura foi roubada do Louvre, num golpe que causou na altura sensação em todo o mundo. Vincenzo Peruggia, um funcionário do museu, tinha-se escondido num armário durante a noite para levar a pintura — que foi recuperada dois anos tarde, quando a tentou vender a um negociante de antiguidades em Florença.

Os ataques de ativistas ambientais têm-se repetido nos últimos meses, e a moda chegou já a Portugal. Em outubro do ano passado, dois ativistas do grupo Climáximo  tentaram vandalizar um quadro de Picasso no CCB.