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Ativista de 77 anos pode ter que voltar para a prisão por ter pulsos demasiado pequenos

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PA

Gaie Delap, ativista da Just Stop Oil

Uma ativista britânica enfrenta a possibilidade de ser enviada de volta para a prisão porque os seus pulsos são demasiado pequenos para poder usar pulseira eletrónica.

Em agosto, Gaie Delap, ativista da Just Stop Oil, foi condenada a pena de prisão juntamente com quatro co-arguidos, pela sua participação numa campanha de protestos que perturbaram o trânsito na autoestrada na M25, em novembro de 2022.

Delap estava entre as várias dezenas de apoiantes da Just Stop Oil que, durante uma campanha de quatro dias, bloquearam pórticos na M25, que circunda Londres, obrigando a polícia a parar o trânsito e deixando 709.000 condutores presos em engarrafamentos.

Alguns meses depois de ter sido presa, a ativista, professora reformada de 77 anos, foi libertada, tendo-lhe sido dito que poderia cumprir o resto da sua pena em recolher obrigatório em casa.

Mas a empresa contratada para colocar a pulseira eletrónica na ativista, residente em Bristol, não a conseguiu colocar seu tornozelo, devido a um problema de saúde — e não existem dispositivos disponíveis suficientemente pequenos para se adaptarem a pulsos do seu tamanho.

Agora, conta o The Guardian, a justiça britânica emitiu um mandado de captura para Gaie Delap, depois de a empresa ter contactado as autoridades prisionais para lhes dizer que a ativista “não podia ser monitorizada“.

As condições do recolher obrigatório de Delap impedem-na de falar diretamente com os meios de comunicação social, pelo que é o seu irmão, Mick, jornalista de profissão, quem tem estado a falar em seu nome.

“Isto é muito cruel. Gaie está sentada em casa, aterrorizada, com a mala feita, à espera que a polícia lhe bata à porta. Não tem conseguido comer nem dormir por causa disto”, conta Mick. “Ela espera que o bom senso prevaleça e que não tenha de voltar para a prisão.”

O jornalista conta que a irmã tinha vários problemas de saúde e que continuava a não sentir um dedo depois de ter sido algemada para uma visita ao hospital durante o tempo que esteve na prisão. Não podia usar uma pulseira no tornozelo porque corria o risco de sofrer de trombose venosa profunda.

Das cinco pessoas com quem Delap esteve presa, quatro foram libertadas mais cedo e a três delas foi aplicada a pulseira eletrónica com sucesso.

Na quinta-feira, a Delap foi informada de que tinha sido emitido um mandado de captura e que deveria regressar à prisão devido à “incapacidade de a monitorizar”.

“Como família e amigos, estamos cientes das falhas no sistema de identificação e este caso parece ser um erro judicial. Temos estado em contacto com os serviços de liberdade condicional, que apoiam Gaie. Mas acreditamos que o assunto lhes escapou das mãos”, afirma Mick Delap.

“É evidente que Gaie foi apanhado numa triangulação de confusão e justiça, envolvendo o Electronic Monitoring Services, a prisão e o serviço de reinserção social”, acrescenta o irmão da ativista da Just Stop Oil, organização conhecida pelas recentes ações de vandalismo de obras de arte em museus.

O sistema britânico de identificação de detidos em prisão domiciliária é operado pela Electronic Monitoring Services, gerida ao abrigo de um contrato com o Ministério da Justiça — que afirma estar a analisar a questão.

ZAP //

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2 Comments

    • “velhota” por ter 77 anos??? Com 77 anos é uma jovem, rapaz! Penso é que os que são verdadeiramente velhotes são os que pensam como tu!

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