Ativistas voltaram a atirar sopa a quadro de van Gogh

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Just Stop Oil

Ativistas voltaram a visar arte de van Gogh numa ação de ativismo climático.

Poucas horas depois de duas ativistas climáticas terem sido condenadas por atirarem sopa de tomate a um famoso quadro de Vincent van Gogh, mais três ativistas fizeram algo semelhante na National Gallery, em Londres.

No final de 2022, Phoebe Plummer e Anna Holland, do grupo ambientalista Just Stop Oil, atiraram sopa ao quadro “Girassóis” de van Gogh, com objetivo de sensibilizar para o impacto dos combustíveis fósseis. Apesar de o quadro estar protegido por um vidro, causaram danos na moldura no valor de cerca de 13.400 dólares.

“O que é que vale mais – a arte ou a vida? Valerá mais do que a comida? Vale mais do que a justiça? Estão mais preocupados com a proteção de um quadro ou com a proteção do nosso planeta e das pessoas?”, perguntou Plummer, na altura, durante o protesto.

Em julho deste ano, Plummer e Holland foram considerados culpadas de danos criminais. Durante a sentença, o juiz Christopher Hehir descreveu as suas ações como “extremas, desproporcionadas e criminalmente idiotas”.

Plummer foi condenada a dois anos de prisão e Holland a 20 meses. “Vocês estiveram à distância de um vidro de danificar ou destruir irreparavelmente o quadro”, acrescentou o juiz.

Apesar das duras sentenças, Plummer manteve-se firme. “Fiz as minhas escolhas e estou feliz com elas”, disse durante a leitura da sentença, na semana passada.

Poucas horas depois da sentença, mais três ativistas da Just Stop Oil voltaram à National Gallery. Deitaram sopa em mais dois quadros de van Gogh na nova exposição do museu, “Poetas e Amantes”.

Tal como no protesto anterior, os quadros estavam protegidos por vidro e não foram danificados. Os ativistas foram detidos e as obras de arte foram rapidamente repostas em exposição, sublinha a Smithsonian Magazine.

A Just Stop Oil defende o fim da extração de petróleo, gás e carvão no Reino Unido até 2030. Nos últimos anos, os ativistas climáticos têm utilizado cada vez mais locais culturais de grande visibilidade, como os museus, para chamar a atenção para a urgência da sua causa.

Em resposta a estes protestos, o governo britânico adotou leis mais rigorosas, que alguns grupos de defesa dos direitos humanos criticaram como excessivamente severas.

No início desta semana, mais de 100 artistas, curadores e historiadores de arte assinaram uma carta aberta a pedir clemência nas sentenças de Plummer e Holland. A carta argumenta que as ações dos ativistas pertencem a uma longa tradição de protesto na história da arte.

ZAP //

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2 Comments

  1. Será que esses parvos não percebem que a atitude que estão a fazer imputa-lhes papel de trouxas e que suas causas, por mais correctas que sejam, perdem todo o valor e trazem-lhes o efeito contrário pelo que estão “lutando”…

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