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Atividade vulcânica explosiva. O mistério da fosfina em Vénus pode ter sido resolvido

NASA

Vénus

A fosfina detetada em Vénus pode ter origem vulcânica. As novas conclusões contrariam um artigo científico do ano passado e sugerem que pode mesmo haver ventilação geotérmica suficiente para produzir as abundâncias detetadas do gás.

A deteção de fosfina em Vénus foi anunciada em setembro do ano passado. Na altura, os cientistas descartaram a hipótese de o gás ter sido produzido pela atividade vulcânica, mas uma investigação recente indica que o planeta pode ser mais ativo do que se pensava. Pelo menos, em termos geológicos.

Uma equipa de investigadores da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, concluiu que a atividade vulcânica, nomeadamente a atividade vulcânica explosiva, poderia ter produzido a abundância observada de fosfina em Vénus.

“A fosfina não nos fala da biologia de Vénus”, disse o astrónomo Jonathan Lunine, citado pelo portal Science Alert. “Está a falar-nos da geologia. A ciência está a apontar para um planeta que tem um vulcanismo explosivo ativo atualmente ou num passado muito recente.”

Jonathan Lunine e Ngoc Truong, ambos da universidade norte-americana, publicaram um artigo a 12 de julho na Proceedings of the National Academy of Sciences no qual explicam que o vulcanismo é um meio para a fosfina entrar na atmosfera superior de Vénus.

“Se Vénus tem fosforeto – uma forma de fósforo presente no manto profundo do planeta – e se é trazido à superfície de forma explosiva e vulcânica e depois injetado na atmosfera, esses fosfetos reagem com o ácido sulfúrico da atmosfera venusiana para formar fosfina”, explicou Truong.

As observações foram feitas com a ajuda do telescópio James Clerk Maxwell, no Havai, e do Atacama Large Millimeter, no norte do Chile. Além disso, o portal acrescenta que imagens da década de 90 sobre as características geológicas de Vénus apoiam a teoria dos cientistas norte-americanos.

Em 1978, durante a missão Pioneer Venus, da NASA, os cientistas descobriram variações de dióxido de enxofre na alta atmosfera do planeta. Na altura, os cientistas questionaram-se sobre a eventual presença de vulcões em erupção no planeta numa escala comparada à região da Krakatoa, na Indonésia.

Liliana Malainho, ZAP //

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