Luís Marques Mendes condenou a “atitude do Governo” na substituição do almirante Mendes Calado por Gouveia e Melo como Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) e referiu que o PS pode ser penalizado nas eleições caso haja um pico pandémico em meados ou fim de janeiro.
O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo toma posse esta segunda-feira como novo Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA). “Quanto à escolha nada a opor. Só merece saudação e elogio”, salientou Luís Marques Mendes.
No habitual espaço de comentário na SIC, salientou, contudo, que a forma como o Governo o nomeou é “absolutamente lamentável e censurável“, acusando o Executivo de António Costa de “destratar o atual CEMA, o almirante Mendes Calado” na forma como geriu o processo.
Na sua ótica, o CEMA exonerado foi “quase atirado pela janela fora”. Além de “perseguição” a Mendes Calado, fica “a suspeita de que o Governo pretende apenas aproveitar-se da popularidade” de Henrique Gouveia e Melo.
“Qual era a pressa de decidir agora? Nenhuma. O lugar não está vago e o almirante Mendes Calado não cometeu qualquer falha. Fica a suspeita de que o Governo pretende apenas aproveitar-se da popularidade do almirante Gouveia a Melo. Parece uma decisão de campanha eleitoral. Simplesmente censurável”, resumiu.
Já sobre a pandemia, Marques Mendes referiu que o Governo tomou medidas restritivas para a quadra festiva por estar preocupado com a variante Ómicron, mas também por estar “preocupado com as eleições de 30 de janeiro”.
Para o comentador político, “se houver um pico pandémico em meados ou fim de janeiro, o PS pode ser penalizado nas eleições”.
Apesar disso, Marques Mendes disse que as medidas são “bastante equilibradas”, mas salientou que “é preciso garantir que os apoios chegam a tempo e horas às pessoas e setores afetados”.
TAP: a vitória do Governo e o lanço de Pedro Nuno
A aprovação do plano de reestruturação da TAP por parte da Comissão Europeia foi uma vitória para o Governo e, sobretudo, para o ministro Pedro Nuno Santos.
O ministro das Infraestruturas e Habitação “ganhou estatuto, um certificado de credibilidade como ministro e uma enorme ajuda a curto prazo”, salientou o antigo líder social-democrata. “Para quem quer suceder a António Costa, esta decisão é um certificado de credibilidade”, sublinhou ainda.
Já quanto ao futuro, não abriu totalmente o jogo. O comentador sugere que o Governo nomeie “desde já uma comissão independente encarregue do acompanhamento da execução deste plano de reestruturação” de forma a garantir o escrutínio adequado do processo.
Por último, e em relação ao empréstimo de 360 milhões de euros que a companhia aérea vai necessitar, Marques Mendes revelou que não será um empréstimo obrigacionista nem contratado na banca internacional, mas sim “um empréstimo contratado com um sindicato bancário, todo ele nacional, que já está escolhido.”
É, mas não tão lamentável como a nomeação de certo advogado “comentador” como conselheiro de Estado!…