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Atirador de Oregon perguntou às vítimas se eram cristãs

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“Isto tornou-se uma rotina”, afirmou Obama, referindo-se ao tiroteio protagonizado por um jovem com 20 anos no Umpqua Community College, em Roseburg.

Esta quinta-feira, um tiroteio numa universidade do Estado do Oregon, no noroeste do país, causou a morte de pelo menos 13 pessoas, segundo a imprensa norte-americana. O atirador, Chris Harper-Mercer, também foi morto durante o ataque, depois de uma troca de tiros com a polícia.

A polícia americana não quis, inicialmente, divulgar oficialmente o nome do atirador responsável pelo ataque numa universidade de Oregon, no qual pelo menos 13 pessoas foram mortas e outras sete ficaram feridas, mas cada vez mais detalhes estão a ser divulgados sobre o indivíduo.

“Não vou dar-lhe o crédito que ele provavelmente almejava com este ato horrendo e covarde”, afirmou o chefe da polícia do condado de Douglas, John Hanlin.

Sabe-se, até o momento, que o homem foi identificado como Chris Harper-Mercer, de 26 anos.

Nascido, ao que tudo indica, no Reino Unido, há uma fotografia sua com uma arma publicada online. O atirador parece ter publicado material de apoio ao grupo extremista pró-independência irlandesa Exército Republicano Irlandês (IRA).

Mercer vivia com a mãe a alguns quilómetros de distância da faculdade atacada esta quinta-feira, a Umpqua Comunity College.

Cristãos

As autoridades desconhecem ainda os motivos do ataque a tiros perpetrado por Mercer e procuram pistas na sua atividade online e comentários nas redes sociais, onde aparentemente já tinha falado sobre os seus planos.

O perfil que surge a partir desses dados é o de um jovem solitário, fascinado por armas e que, segundo relatos, atirou contra cristãos durante seu ataque.

Segundo o pai de um dos sobreviventes, ao entrar armado num dos prédios da faculdade, o atirador perguntava às vítimas se eram cristãos.

Se diziam que sim, ele atirava na cabeça. Se diziam que não ou não respondiam, ele disparava para as pernas”, afirmou, citando o depoimento da filha.

Numa página no MySpace com o nome de Mercer, é possível ver uma foto de um jovem de cabeça rapada e óculos, segurando uma arma, e outra dele de fato e gravata.

A página mostra também fotos de atiradores mascarados, uma foto da primeira página do jornal irlandês An Phoblacht com o título “Exército Britânico não pode derrotar o IRA” e uma foto com as palavras “Exército Imbatível do IRA”.

A meia-irmã de Mercer, Carmen Nesnick, conta que este nasceu no Reino Unido e mudou-se para os Estados Unidos quando era criança.

Carmen descreve o meio-irmão como uma pessoa atenciosa. “Tudo o que ele fazia era colocar todos à frente, queria que todos fossem felizes”, disse.

No entanto, uma dos vizinhas de Mercer na cidade de Roseberg, Bronte Harte, afirma que o jovem parecia “muito antipático” e ficava “sentado sozinhos no escuro, na varanda, com uma pequena luz”.

“Espiritualizado mas não religioso”

Numa página do site de encontros Spiritual Passions que aparentemente pertencia a Mercer, ele usava o nome de Ironcross45 e afirmava que não fumava nem bebia e descrevia-se como “inicialmente tímido, mas me entusiasmo rapidamente, sou melhor em grupos menores”.

Mercer listou como hobbies a Internet e “matar zombies”, afirmou que era “conservador, republicano” e disse ser espiritualizado mas não religioso.

Antes de se mudar para o Oregon, Mercer e a mãe viveram durante anos num conjunto habitacional em Los Angeles. Os ex-vizinhos da família contam que era uma pessoa fechada.

Um destes vizinhos de Los Angeles, David Westly, afirma que Mercer contou que a mãe foi a um campo de tiro. Westly afirmou também que viu Mercer e a mãe a sair e voltar ao apartamento com o que pareciam ser estojos de armas.

Um jornal local do bairro onde os dois viviam em Los Angeles, o Daily Breeze, alegou que Mercer estudou numa escola para adolescentes com problemas de comportamento.

O canal CBS também relatou a existência de um blogue com múltiplas referências a incidentes semelhantes à ação de quinta-feira e um declarado fascínio pelos protagonistas desses casos, entre eles Vester Flanagan, que em agosto matou uma repórter e o câmara durante uma emissão em direto.

O pai de Mercer, Ian, afirmou que está tão perturbado e surpreso como o resto do mundo. De acordo com os vizinhos no Oregon, a mãe também estava visivelmente abalada, a chorar muito.

ZAP / Lusa / BBC

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