/

“Até que a morte nos separe”, mesmo em tempos de pandemia. Restrições obrigam casal a oficializar relação na fronteira

A pandemia e as restrições às viagens por ela motivaram não impediram um casal, formado por um noivo norte-americano e uma noiva canadiana, de formalizar a sua união com as respetivas famílias na assistência.

“Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe.” Costumam ser estes os votos trocados por quase todos os casais que pretendem oficializar as relações nas mais diversas instâncias — com algumas variações decorrentes do contexto em que escolhem para o fazer. No entanto, um casal com noiva canadiana e noivo norte-americano levaram as juras de amor ainda mais longe, provando que nem uma pandemia e as fronteiras fechadas são suficientes para os impedir de contrair matrimónio.

Karen Mahoney e Brian Ray conheceram-se há 35 anos, mas ao longo deste tempo estiveram casados com outras pessoas, sendo a sua relação possível só depois de ambos se divorciarem. Depois de um ano de namoro, ficaram noivos em março deste ano e Karen tinha apenas um desejo para o seu grande dia: que os pais e a avó de 96 anos estivessem presentes.

“Ela [a avó de Karen] é a única avó viva que tenho, a única que cheguei a conhecer na minha vida, por isso era muito importante que ela estivesse presente e assistisse ao dia mais feliz da minha vida”, explicou a noiva. “A parte mais importante do dia para nós são as promessas que fizemos um ao outro, pelo que queríamos que os meus pais o vivessem connosco.”

Este poderia ser, à partida, um requisito simples, a não ser pelo facto de as fronteiras entre os dois países estarem fechadas — são desaconselhadas viagens consideradas não essenciais — e as viagens por via aérea, apesar de permitidas, poderiam constituir um risco para a avó da noiva devido à sua idade.

O casal decidiu, então, recorrer a um amigo funcionário da guarda fronteiriça que anteriormente já tinha facilitado encontros entre elementos da família, nomeadamente quando Brian Ray pediu a bênção do pai de Karen para casar com a filha, para o ajudar de novo a organizar uma cerimónia também na fronteire entre o Canadá e os Estados Unidos, na região de Burke, no Estado de Nova Iorque.

O amigo terá explicado ao casal todas as regras, como a obrigatoriedade de os participantes permanecerem nos respetivos lados da fronteira ou a proibição de partilha de objetos, e informado a guarda fronteiriça do que iria acontecer — na eventualidade de a cerimónia aparecer nas câmaras de vigilância que monitorizam aquele território. O casamento realizou-se mesmo, a 25 de setembro, com todos os convidados que a noiva fazia questão que estivessem presentes.

“O ministro [figura responsável por oficializar a união] perguntou aos meus pais se eles estavam dispostos a acolher o Brian e a aceitá-lo como parte da família, ao qual eles responderam ‘sim’, o que foi muito emocionante”, disse a noiva à CNN. A cerimónia decorreu sem sobressaltos, num terreno sem vedações ou outros elementos que pudessem indicar que aquela era, afinal, a fronteira entre dois dos mais importantes países do mundo.

O casal conheceu-se em 1985, quando Brian Ray, instrutor de ski, ficou encarregue de ensinar a sua agora noiva a esquiar. Ao longo dos anos permaneceram amigos, mas acabaram por casar com outras pessoas e cada um teve dois filhos. Há dez anos Brian também ensinou os filhos de Karen a esquiar, antes desta, anos mais tarde, se divorciar e os dois retomaram os contactos mais frequentes, com o resultado à vista de todos.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.