Em Damasco, um grupo incendiou uma árvore de Natal. O caso repetiu-se e, nas cidades com maiorias cristãs, os rebeldes islamitas não são vistos com bons olhos.
Um vídeo que mostrava homens a incendiar uma árvore de Natal exposta publicamente na cidade de Suqaylabiyah, de maioria cristã, perto da cidade de Hama, surgiu na Internet, deu origem a protestos na capital síria por parte de grupos cristãos.
O mesmo caso aconteceu em Damasco, onde uma árvore de Natal foi queimada e houve protestos em bairros cristãos.
Agora, os manifestantes na capital marcharam esta segunda feira em direção às igrejas para exigir melhor proteção para os cristãos no país, erguendo cruzes católicas, disse à CNN George, um católico de 24 anos que vive em Damasco.
SYRIA
THIS IS POWERFUL
Christians DEFIANTLY raise a Cross in place of their Christmas Tree which was set on fire by Western backed Jihadist THUGS this evening pic.twitter.com/MqAVYqy82C
— Catholic Arena (@CatholicArena) December 23, 2024
Neste momento, quem controla a maior parte da Síria — desde há 3 semanas — é o grupo rebelde armado islâmico Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), liderado por Ahmad al-Sharaa, anteriormente conhecido como Abu Mohammed Al Jolani — quem criou a filial da Al Qaeda na Síria mudou o nome do grupo em 2016.
Apesar de não ser cristão, o governo liderado pelo HTS disse que quarta-feira (25 de dezembro) e quinta-feira (26 de dezembro) serão feriados.
“O Hayat Tahrir Al Sham não anunciou nada que impeça as nossas celebrações… mas há cristãos que não querem sair para festejar porque receiam ser atacados por indivíduos armados desonestos”, conta George. “Faria uma grande diferença se fossem feitos anúncios sobre uma melhor segurança para o Natal. Até agora, não existe uma segurança adequada e 100% organizada”.
Hilda Haskour, 50 anos, residente em Alepo e igualmente cristã, afirma que “só queremos viver em paz e segurança, não estamos a pedir muito… há medo, as pessoas estão cansadas“.
Também a cidade de Belém, na Palestina ocupada por Israel, tem residentes católicos, que terão um Natal limitado.
“As celebrações de Natal deste ano serão limitadas a orações e rituais religiosos em solidariedade com o povo palestiniano em Gaza e em toda a Palestina e como uma rejeição da opressão e injustiça que sofrem”, afirmou um comunicado do presidente da Câmara, Anton Salman.
No ano passado, dias antes do Natal, um atirador militar israelita matou duas mulheres na Paróquia da Sagrada Família, segundo o Patriarcado Latino de Jerusalém.
Já no Líbano, que também tem várias zonas onde se acredita em Cristo, celebra-se este Natal o cessar fogo do grupo terrorista Hezbollah com Israel.
“O meu irmão vai regressar de Nova Iorque de propósito para celebrar com a nossa mãe”, conta Tony Batte, um católico arménio residente na capital, Beirute.
“Queremos estabilidade, estamos cansados. Fomos ocupados pelos sírios durante anos e depois tivemos a influência iraniana, e estamos cansados das lutas internas cristãs, das lutas internas islâmicas, da guerra entre o Hezbollah e Israel, todos os libaneses estão cansados, não apenas os cristãos“, lamenta.
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