Sete civis ucranianos, incluindo uma criança, morreram após um bombardeamento russo de uma caravana humanitária de refugiados, disse hoje o Ministério da Defesa da Ucrânia.
Os sete mortos estavam entre centenas de pessoas que tentaram fugir da aldeia de Peremoha, 20 quilómetros a nordeste de Kiev. Um número desconhecido de pessoas foi ferido nos bombardeamentos, acrescenta-se no comunicado.
Moscovo prometeu estabelecer em segurança corredores humanitários para fora das zonas de conflito, mas autoridades ucranianas acusam a Rússia de disparar sobre civis.
O Presidente da Ucrânia afirmou que 12.729 pessoas conseguiram sair no sábado do país através de corredores humanitários.
A informação foi transmitida na rede social Telegram, onde Volodymyr Zelensky afirmou que os corredores humanitários de retirada de pessoas previstos para sábado funcionaram. Já a vice-primeira-ministra, Irina Vereshchuk, revelou que estiveram operacionais nove dos 14 corredores humanitários previstos.
O diretor do Centro de Controlo da Defesa Nacional russa, Mijail Mizintsev, acusou a Ucrânia de impedir a retirada de civis para a Rússia e que, mesmo assim, o Kremlin conseguiu retirar 10.000 pessoas de várias regiões, incluindo as pró-russas Donetsk e Luhansk.
Pelo menos nove mortos em ataque perto de Lviv
Pelo menos nove pessoas morreram hoje e 57 ficaram feridas num bombardeamento que visou uma base militar perto de Lviv, no oeste da Ucrânia, de acordo com um primeiro balanço das autoridades militares regionais ucranianas.
“Infelizmente, nove heróis morreram. 57 pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas”, indicou o governador militar da região de Lviv, Maxim Kozitsky, na plataforma Telegram.
O presidente da câmara municipal de Lviv, Andriy Sadovy, cuja cidade se situa a cerca de 40 quilómetros da base, adiantou, também no Telegram, o mesmo balanço do bombardeamento russo contra o Centro Internacional para a Manutenção da Paz e Segurança.
De acordo com informações preliminares, as forças russas dispararam oito mísseis, disse a administração regional de Lviv, num comunicado inicial.
Tropas russas nomeiam novo autarca em Meliotopol
As tropas russas nomearam um novo autarca da cidade ocupada de Melitopol, um dia após as autoridades ucranianas terem denunciado o rapto do autarca eleito, Ivan Fedorov, por um grupo militar da Rússia.
O presidente da Câmara de Melitopol foi raptado este sábado por soldados russos que ocuparam esta cidade do sul da Ucrânia, disseram vários responsáveis ucranianos.
O autarca foi detido quando estava no centro de crise da cidade, localizado a cerca de 120 km ao sul de Zaporizhzhia, para tratar de problemas de abastecimento.
“Em Melitopol, os ocupantes nomearam o seu ‘presidente da câmara’. É uma deputada da oposição do conselho municipal, Galina Danilchenko“, informou hoje a administração regional de Zaporizhzhia, à qual a cidade pertence.
Na televisão local, controlada pelas tropas russas, Danilchenko disse que a sua “tarefa principal” era devolver a cidade à “normalidade”.
Kiev já disse à autarca para se lembrar do destino de Nelly Shtepa, que em 2014 foi nomeada presidente da câmara da cidade de Slovyansk na autoproclamada República de Donetsk e mais tarde detida pelas autoridades ucranianas.
Enquanto o paradeiro do Presidente da Câmara eleito, Ivan Fedorov, permanece desconhecido, aproximadamente 2.000 residentes da cidade foram às ruas no sábado para pedir a sua libertação.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou também aos líderes de França e Alemanha, Emmanuel Macron e Olaf Scholz, para pressionarem o Presidente russo, Vladimir Putin, a libertar o presidente da Câmara “imediatamente”.
Melitopol encontra-se atualmente sob ocupação pelas forças russas. Fedorov, segundo a agência de notícias ucraniana UNIAN, tinha-se recusado a cooperar com os russos, mantendo a bandeira ucraniana na Câmara Municipal da cidade.
// Lusa
Guerra na Ucrânia
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