O ataque a Montenegro criou tensão entre Melo e Mortágua. “E provas?”

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EPA / André Kosters

Luís Montenegro atingido com tinta verde

Foi uma “imposição com agenda política”, segundo o líder do CDS. “Que apresente provas”, reagiu a coordenadora do BE.

Luís Montenegro foi atingido com tinta verde ao chegar à Bolsa de Turismo de Lisboa, nesta quarta-feira.

Foi mais um protesto de activistas climáticos, desta vez do movimento Fim ao Fóssil, que já reivindicou o ataque ao presidente do PSD.

Montenegro reagiu com tranquilidade, até com alguns sorrisos. Disse que está “preparado para tudo” e sugeriu que teria sido mais eficaz se o jovem (detido pela PSP) tivesse conversado com ele. “Pontaria não lhe faltou!”, comentou.

Mariana Mortágua reagiu de forma diferente, parecendo até mais incomodada do que o atingido.

“O ataque de hoje ao PSD é um ataque à liberdade na campanha eleitoral e portanto à democracia. Se os autores desta ação alegam uma causa justa, então são os piores defensores dessa causa”, escreveu a coordenadora do Bloco de Esquerda, na rede social X.

Mas, mais perturbado do que os dois colegas da política, ficou Nuno Melo.

O líder do CDS, que também estava na Bolsa de Turismo de Lisboa, mesmo ao lado de Luís Montenegro, também foi atingido com a tinta, embora noutra escala.

Foi o primeiro elemento da AD a falar com os jornalistas, logo a seguir ao ataque.

Visivelmente incomodado, Nuno Melo começou por dizer aos jornalistas: “O episódio é simples: alguém pega numa lata e atira para cima de uma pessoa. Foi um acto anormal e cobarde, de gente que não tem noção. Mas a política e o país também é feito disso”.

Melo acha que este ataque não foi um protesto pelo clima: “Foi uma brincadeira idiota de uns miúdos que não têm noção do mundo em que vivem, e que não respeitam os outros. Começando por aí”.

“Além do mais, não gosto de levar com tinta! Não tenho de ser obrigado a levar com tinta! Entende? Pronto”, atirou.

Nuno Melo acrescentou que esta “idiotice” foi uma “imposição com agenda política, pela violência”, sugerindo que há um partido por detrás desta acção: “Têm alguma dúvida de que esta forma de afirmação não é instrumentalizada politicamente?”.

Quando foi questionado “por quem?”, o líder do CDS-PP respondeu: “Investiguem. Quem são os jornalistas? Eu não sou jornalista. Eu não tenho dúvidas. Manipulam miúdos que pensam pouco, pensam mal. E não estou a insinuar, estou a afirmar. O resto, investiguem”.

Então que apresente provas, reagiu Mariana Mortágua.

A líder do Bloco voltou a falar sobre o assunto horas mais tarde, já numa acção de campanha, garantindo que não há militantes do seu partido nestes movimentos (o PAN assegurou o mesmo).

“Eu tenho ouvido algumas insinuações, não percebo a que se referem. Se alguém tem provas de alguma coisa, acho que deve avançar“, acrescentou Mortágua.

Luís Montenegro apresentou queixa contra o jovem activista.

O primeiro-ministro António Costa, que já falou com Montenegro sobre este incidente, deu instruções ao ministro da Administração Interna para que a PSP disponibilizasse segurança pessoal aos líderes dos partidos com assento parlamentar – mas diversos candidatos, agradecendo, já disseram que dispensam esse reforço de segurança.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

1 Comment

  1. Quem não tem memória das tramóias do CDS?
    A “plantação” de um tal idoso no caminho de António Costa, para o acusar de ter estado ausente em período de crise, quando todo o Portugal sabia que nunca tinha saído do país, é só um dos muitos exemplos.
    Lá diz o ditado:
    “O bom julgador, por si julga “

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