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Atalanta 1-2 PSG | Reviravolta épica vale bilhete para as “meias”

David Ramos / EPA

Um final impróprio para cardíacos e o epílogo perfeito num excelente jogo. O PSG esteve a perder desde o minuto 27, mas em apenas três minutos dos descontos deu a volta ao texto diante da Atalanta

A equipa parisiense assegurou nesta quarta-feira no Estádio da Luz presença nas meias-finais da Liga dos Campeões, algo que não alcança desde a temporada 1994/95.

Pasalic inaugurou a contenda e Marquinhos e Choupo-Moting, no cair do pano, escreveram as páginas de uma reviravolta épica. Na próxima terça-feira, os campeões franceses vão defrontar o vencedor do embate entre Leipzig e Atlético de Madrid.

Ambos os conjuntos prometiam uma chuva de golos. Os “bergamasci” apontaram 98 tentos na última edição da Série A e os parisienses chegaram aos 75 na Ligue 1. E o início do embate foi ao encontro desta previsão.

A primeira ameaça chegou logo ao minuto três, num remate de Papu Gómez que, em boa posição, atirou à figura de Keylor Navas. Na resposta, Neymar, isolado por Icardi, falhou o que parecia certo e não inaugurou o marcador.

Início de jogo frenético. Aos 11 minutos, Hateboer, após assistência de Papu, cabeceou e o guardião do PSG respondeu com uma excelente intervenção. Pouco depois, Navas voltou a dizer presente defendendo um remate de cabeça de Caldara, que estava em posição irregular.

Numa fase em que a Atalanta mandava na partida – três remates, dois cantos, quatro cruzamentos, 113 passes e uma eficácia de 80% – e desperdiçava uma série de ocasiões, os parisienses – que tinham até então um remate, nenhum canto, 155 passes feitos, 81% de eficácia e 57% de posse de bola – deram sinais de vida.

Neymar, descaído sobre o lado esquerdo e com muito espaço não quis arriscar, preferiu assistir Icardi mas a bola não chegou ao argentino.

À quinta tentativa, ao minuto 26, a bola chegou aos pés de Pasalic que, com um remate em arco, bateu Keylor Navas e abriu as hostilidades na Luz, numa fase em que o Paris Saint-Germain começava a encontrar antídotos para fugir à forte pressão italiana.

Neymar, sempre ele, tirou tudo e todos do caminho e falhou o empate por escassos centímetros aos 29 minutos.

A quatro do intervalo, o internacional brasileiro desperdiçou o brinde de Hateboer e, em óptima posição, descaído sobre o lado direito, rematou com força, mas sem direcção.

Fruto de uma estratégia bem delineada e imprimindo desde o início uma forte pressão, coordenada e eficaz, a Atalanta apresentou um colectivo mais forte na primeira metade e saiu para o intervalo em vantagem graças à precisão de Pasalic.

Do lado da equipa de Thomas Tuchel, órfã das ausências dos castigados Verratti e Di María e de Mbappé, que não estava a 100% e ficou no banco, apenas deu sinais de vitalidade através da arte e engenho de Neymar, que pecou na finalização e na decisão em três situações soberanas.

Em vantagem, a Atalanta foi menos ambiciosa, recuou cerca de 30 metros no terreno, tentou dar a iniciativa do jogo ao PSG e aproveitar as “costas” da defensiva contrária.

Djimsiti ficou muito próximo do 2-0 aos 58 minutos. O tempo ia passando e Mbappé, que entrou em cena aos 60’, arrancou e apenas Sportielo conseguiu defender o tiro do francês, decorria o minuto 74. Dois volvidos, iniciativa de Neymar, que atirou fraco e à figura do guarda-redes italiano.

Até aos 80, o camisola “7” voltou a protagonizar mais duas tentativas que levaram perigo à área adversária. Era o tudo ou nada dos gauleses em busca da redenção.

Num último suspiro, ao minuto 90, chegou o empate: Choupo-Moting cruzou, a bola foi parar a Neymar, após um cruzamento/remate, este fez a bola chegar aos pés de Marquinhos que empatou a partida, para alegria do PSG e desilusão da Atalanta.

E três minutos depois, chegou a reviravolta épica francesa. Neymar, omnipresente no encontro, gizou o lance, passou a bola a Mbappé que centrou para o tiro certeiro do herói improvável Choupo-Moting. Muriel ainda teve boa ocasião para empatar, mas perdeu-se em fintas…

Resumo

Neymar 8.8 – O talento e determinação de Neymar foram fundamentais para o PSG conseguir ultrapassar o colectivo contrário.

O brasileiro esteve sempre ligado à corrente e só não rubricou uma exibição perfeita porque pecou na finalização, principalmente na etapa inicial.

Ao todo fez seis remates, gizou uma assistência, “inventou” quatro passes para finalização e das 23 (!) tentativas de drible, teve êxito em 16, novo máximo da Champions 2019/20. E ainda sofreu nove faltas – foi o elemento mais castigado – e finalizou a partida com 113 acções com a bola, algo que mais nenhum jogador fez esta quarta-feira.

Pasalic 6.3 –  Substituto do goleador Ilicic, esteve próximo de ser o herói da noite com o belo golo que assinou, mas tudo mudou em apenas três minutos. Enquanto esteve em campo, ajudou a condicionar a primeira fase de construção do PSG. Ao todo, somou 34 acções com a bola em 66 minutos, dois remates, e venceu metade dos seis duelos aéreos ofensivos em que interveio.

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