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Astrónomos descobrem planeta que “não deveria existir”

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JPL / Caltech

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Um grupo de astrónomos descobriu recentemente o exoplaneta HIP 65426b com o auxílio do SPHERE (Spectro-Polarimetric High-contrast Exoplanet REsearch instrument) montado no VLT (Very Large Telescope) do ESO. Situado a cerca de 385 anos-luz de distância, este é o primeiro exoplaneta descoberto pelo SPHERE e parece ser bastante peculiar.

O planeta é quente – com temperaturas entre 1000 e 1400 graus Celsius – e tem entre seis e doze vezes a massa de Júpiter. Parece ter uma atmosfera muito poeirenta repleta de nuvens espessas e orbita uma estrela jovem que gira surpreendentemente depressa.

Invulgarmente, dada a sua idade, a estrela não parece estar rodeada por um disco de restos, sendo que a ausência de tal disco levanta várias questões sobre como é que o planeta se formou. Segundo os especialistas, de acordo com o que se conhece acerca da formação dos corpos celestes, este planeta não deveria existir.

“Normalmente, esperamos que um sistema planetário tão jovem ainda tenha um disco de poeira que possa aparecer nas observações”, afirmou o principal autor do estudo, Gael Chauvin, da Universidade de Grenoble e da Universidade do Chile.

“O HIP 65426 não tem um disco desse tipo conhecido por enquanto – uma primeira indicação de que este sistema não se encaixa perfeitamente nos nossos modelos clássicos de formação planetária, destacou.

Assim sendo, o novo estudo propõe uma explicação para este fenómeno. O planeta pode-se ter formado num disco de gás e poeira que, quando dissipou rapidamente, interagiu com outros planetas tendo-se deslocado para uma órbita mais distante, local onde o observamos atualmente. Alternativamente, a estrela e o planeta podem-se ter formado ao mesmo tempo como um sistema binário onde a componente de maior massa impediu a sua companheira de acumular matéria suficiente para se tornar uma estrela.

“O HIP 65426b lembra-nos que, embora as descobertas de exoplanetas sejam comuns, ainda há muito que não sabemos sobre a sua formação”, adirmou o co-autor e “pai” do SPHERE, Thomas Henning, do Instituto Max Planck para astronomia.

A descoberta deste planeta dá aos astrónomos a oportunidade de estudar a composição das nuvens na sua atmosfera e testar teorias de formação, evolução e física dos exoplanetas.

 

O SPHERE é um poderoso descobridor de planetas instalado no Telescópio Principal 3 do VLT. O seu objetivo científico é detetar e estudar novos exoplanetas gigantes situados em órbita de estrelas próximas pelo método de imagens diretas

Este método pretende capturar diretamente imagens de exoplanetas e discos de restos em torno de estrelas, tal como se se tirasse uma fotografia, o que é bastante difícil já que a luz da estrela é tão forte que a ténue luz refletida pelos planetas em órbita é ofuscada pela luz estelar. No entanto, o SPHERE foi concebido para ultrapassar este obstáculo, procurando especificamente a radiação polarizada refletida pela superfície do planeta.

A imagem do HIP 65426b foi capturada no âmbito do programa de rastreio SHINE (SpHere INfrared survey for Exoplanets), que pretende obter imagens de 600 estrelas jovens próximas, utilizando o alto contraste e a elevada resolução angular do SPHERE para descobrir e caracterizar novos sistemas planetários e explorar a sua formação.

ZAP // CCVAlg

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3 Comments

  1. Eu acredito na parte de o planeta pode ter fugido da gravidade de outra estrela. Um planeta errante.
    Agora os caras vem supor que ele não deveria existir. Uma coisa do tamanho de Júpiter kkkk

  2. Ainda gostava de saber como é que os cientistas fazem tais afirmações, tão absurdas…. «não deveria de existir»…. que conhecimento tem do cosmos? Até parece que o cosmos foi criado por eles, e que eles é que ditam as leis e regras de funcionamento do universo…… Francamente!!!!

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