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Astrónomos descobrem que o campo magnético de Úrano muda diariamente

Úrano, o sétimo planeta do Sistema Solar e o terceiro maior, é também um grande mistério. Os recentes descobrimentos científicos confirmam que este “gigante gelado” é realmente único.

Os cientistas do Instituto de Tecnologia de Georgia, nos EUA, obtiveram novos dados surpreendentes sobre o nosso Sistema Solar e revelaram alguns enigmas sobre Úrano, indica um estudo publicado na revista Journal of Geophysical Research.

A linha do equador de Úrano está inclinada em relação à sua linha orbital num ângulo de 90°, isto é, o planeta gira “deitado de lado”, o que provoca determinadas consequências. Se os outros planetas do Sistema Solar são semelhantes a um pião, Úrano é mais parecido com uma bola rolante, o que afeta os dias e noites no planeta – e o seu campo magnético.

A magnetosfera da Terra organiza-se à volta dos seus polos. Se estes polos se inverterem de repente, o planeta pode enfrentar um verdadeiro desastre. Mas, em Úrano, tal catástrofe ocorre todos os dias. O novo estudo do Instituto de Tecnologia da Geórgia mostra que o campo magnético de Úrano gira com o planeta, invertendo os seus polos diariamente.

Os autores do estudo, Kerol Peyti e Qin Cao, conseguiram simular a atividade do campo magnético de Úrano e descobriram alguns dos seus mistérios, inclusive a forma como permite ou bloqueia o vento solar.

Com ajuda de um modelo computacional que simula as ações dos ventos solares, os cientistas entenderam que o campo serve como uma proteção para Úrano. Quando os dois se movem na mesma direção, os ventos passam pelo planeta suavemente. Mas, quando as partículas do Sol atingem determinado ângulo, o campo magnético do planeta realinha-se, deixando passar apenas uma pequena quantidade.

A descoberta foi feita graças à nave robótica Voyager 2, que voou perto do planeta em 1986. Mas, como muitas coisas ainda estão por descobrir, a NASA apresentou recentemente um projeto para organizar uma expedição não tripulada ao planeta gigante, em 2034.

Há quatro missões em perspectiva: três orbitais para rodear Úrano com uma câmara de ângulo estreita, que vai registar os detalhes da superfície do planeta, e a utilização da sonda atmosférica para mergulhar na atmosfera de Úrano e estudar a sua composição química.

“Isto vai permitir um estudo profundo de todos os aspectos do sistema de cada planeta: anéis, satélites, atmosfera e magnetosfera”, declarou a co-diretora da equipa de investigação dos Gigantes Gelados, Emi Saymon.

Segundo a especialista, entender o processo de formação destes planetas ajudará a explicar como e porque é que os gigantes gelados são diferentes dos planetas gasosos.

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