Os astronautas têm uma habilidade inesperada que os ajuda a “voar” no Espaço

Christina Koch / Twitter

A astronauta da NASA Christina Koch

Um novo estudo indica que, mesmo sem a gravidade, os astronautas são capazes de julgar as distâncias e os movimentos com precisão.

Publicado na npj Microgravity e conduzido por Laurence Harris, fisiologista sensorial na Universidade de York, em Toronto, um novo estudo revela dados fascinantes sobre a adaptabilidade humana no Espaço, especificamente em relação à percepção de movimento em condições de microgravidade.

Apesar das mudanças dramáticas que ambientes de gravidade zero impõem, astronautas estacionados a bordo de naves espaciais, como a Estação Espacial Internacional (ISS), exibem uma capacidade inalterada de julgar com precisão o movimento e a distância, tanto durante o seu tempo no Espaço quanto após o seu regresso à Terra.

A microgravidade tem um impacto significativo no sistema vestibular—um componente crítico do nosso aparelho sensorial localizado no ouvido interno, que ajuda no equilíbrio e na orientação espacial, detetando aceleração, inclinação e rotação.

Na Terra, este sistema depende fortemente da gravidade para determinar a direção e o movimento. No entanto, no Espaço, a ausência da força gravitacional significa que os astronautas têm de confiar mais no seu sistema visual para compreender o seu movimento e ambiente circundante.

O estudo investigou como os astronautas percebem a sua velocidade e a distância percorrida, particularmente dentro dos confinamentos do seu ambiente sem peso.

Surpreendentemente, apesar de sentirem que estão a mover-se mais rapidamente em tais espaços apertados, os astronautas ainda podiam julgar as distâncias percorridas em simulações visuais com notável precisão, tanto na microgravidade do Espaço quanto de volta à Terra.

Para explorar estes fenómenos, a equipa de pesquisa testou doze astronautas — seis homens e seis mulheres — antes, durante e após as suas missões de um ano na ISS. Estes testes visavam comparar a percepção de movimento dos astronautas contra vinte controlos baseados na Terra.

Os astronautas foram avaliados enquanto estavam sentados e deitados de costas antes da partida e após o seu regresso, e enquanto flutuavam livremente no Espaço, estavam amarrados a um encosto para consistência, aponta o Science Alert.

Compreender como as viagens espaciais afetam a percepção e a resposta física humana é crucial para garantir a segurança dos astronautas durante situações de emergência a bordo. Curiosamente, pouco depois de regressarem à Terra, os astronautas mostraram uma ligeira sobreestimação da distância em tarefas visuais quando deitados, uma diferença que eventualmente se dissipou.

Estes resultados iniciais oferecem implicações promissoras para o planeamento e execução de futuros voos espaciais de longa duração.

ZAP //

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