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Scott Kelly voltou do espaço com ADN diferente do irmão gémeo

Bill Ingalls / NASA

O astronauta Scott Kelly

Depois de ter passado um ano no espaço, Scott Kelly regressou à Terra mas algo mudou: 7% dos genes do astronauta da NASA não voltaram ao normal após o seu regresso.

Há dois anos, um estudo realizado pela NASA analisou Scott Kelly antes, durante e depois de passar um ano a bordo da Estação Espacial Internacional, através de uma comparação com o seu irmão gémeo, Mark, que permaneceu na Terra.

Os resultados preliminares revelaram que 7% dos genes do astronauta não voltaram ao normal após o seu regresso à Terra. A transformação do ADN sugere assim mudanças a longo prazo nos seus genes.

A agência já tinha avançado o ano passado com alguns resultados. Os dados mais recentes foram publicados pela agência e retirados do Workshop de Investigação de 2018 para o Programa de Pesquisa Humana da NASA, realizado em janeiro deste ano.

De modo a acompanhar as mudanças físicas, os cientistas mediram os metabolitos de Scott, citocinas e proteínas antes, durante e depois da missão.

Com estes resultados, os cientistas descobriram que as missões espaciais estão associadas ao stress provocado pela privação de oxigénio, aumento da inflamação e deslocamentos de nutrientes que afetam a expressão genética.

Algumas das mutações, encontradas depois da missão, podem ter sido causadas pelo stress das viagens espaciais. Uma das mudanças mais importantes foi a hipoxia, uma quantidade de oxigenação tecidual diferente.

Mark Sowa / NASA

Scott e Mark Kelly, os gémeos astronautas da NASA

A hipoxia pode ter sido provocada pela falta de oxigénio e, pelo contrário, a existência de altos níveis de dióxido de carbono. Além disso, registaram-se mudanças nos cromossomas, colagénio, coagulação do sangue e na formação óssea do astronauta.

O estudo realizado com os gémeos é importante, já que ajuda a NASA a obter informações acerca do que acontece com o corpo humano no espaço, especialmente em missões que superam os seis meses de duração.

Esta pesquisa sobre de que forma o corpo humano se ajusta à gravidade, ao isolamento, à radiação e ao stress das viagens espaciais é necessária antes que os astronautas sejam enviados em missões que irão durar o triplo do tempo.

ZAP // Futurism

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