Astrofísico revela planeta que poderia acabar com a vida na Terra

2

Um planeta que pairasse entre Marte e Júpiter seria capaz de empurrar a Terra para fora do sistema solar e exterminar a vida, de acordo com uma experiência testada na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

O astrofísico Stephen Kane explicou que a sua experiência visava colmatar duas lacunas na ciência planetária.

A primeira é a lacuna no nosso sistema solar entre o tamanho de planetas terrestres e gigantescos envoltos em gás.

O maior deles é a Terra e o menor gigante a gás é Neptuno, que é 59 vezes maior e 17 vezes mais maciço que o nosso globo. E não há nada no meio, relatou o Sci Tech Daily.

“Em outros sistemas estelares, há muitos planetas com massas nesse intervalo. Nós chamamos-lhes de super-terras“, disse Kane.

A outra lacuna está no local, relativamente ao Sol, entre Marte e Júpiter. “Os cientistas planetários desejam muitas vezes que houvesse algo entre esses dois planetas. Parece um desperdício de bens imóveis”, comentou.

Essas lacunas poderiam oferecer importantes perspetivas sobre a arquitetura do nosso sistema solar e sobre a evolução da Terra. Para as preencher, Kane simulou dinâmicas de um planeta que estaria entre Marte e Júpiter com uma gama de massas diferentes, observando depois os efeitos nas órbitas de todos os outros planetas.

Os resultados, publicados no Planetary Science Journal, foram na sua maioria desastrosos para o sistema solar. “Este planeta fictício daria um empurrão a Júpiter suficiente para desestabilizar tudo o resto. Apesar de muitos astrónomos terem desejado este planeta extra, é bom que não o tenhamos”, esclareceu.

Júpiter é muito maior que todos os outros planetas combinados; a sua massa é 318 vezes superior à da Terra, pelo que a sua influência gravitacional é profunda.

Se uma super-terra no nosso sistema solar, uma estrela passante, ou qualquer outro objeto celestial perturbasse Júpiter, mesmo que ligeiramente, todos os outros planetas seriam profundamente afetados.

Dependendo da massa e da localização exata de uma super-terra, a sua presença poderia acabar por ejetar Mercúrio e Vénus, bem como a Terra, do sistema solar. Poderia também desestabilizar as órbitas de Urano e de Neptuno, atirando-as para o espaço exterior.

A super-terra mudaria a forma da órbita da Terra, tornando-a muito menos habitável do que é hoje em dia e acabando completamente com a vida.

Quando o investigador reduziu a massa do planeta e o colocou entre Marte e Júpiter, viu que era possível que o planeta permanecesse estável durante um longo período de tempo. Mas com pequenos movimentos em qualquer direção “as coisas acabariam mal”, afirmou o cientista.

O estudo tem implicações para a capacidade dos planetas de outros sistemas solares de hospedar vida. Embora planetas semelhantes a Júpiter, gigantes de gás longe das suas estrelas, só são encontrados em cerca de 10% do tempo, a sua presença poderia decidir se as terras vizinhas ou super-terras teriam órbitas estáveis.

Estes resultados deram a Kane um respeito renovado pela delicada ordem que mantém os planetas unidos em torno do Sol. “O nosso sistema solar está mais bem afinado do que eu acreditava antes. Tudo funciona como engrenagens de relógio intrincadas. Lança-se mais engrenagens na mistura e tudo se parte”, concluiu.

ZAP //

2 Comments

  1. Neptuno tem um diâmetro quase 4 vezes maior do que o da Terra, mas o seu volume é quase 60 vezes o da Terra.
    Seria mais correto dizer: “… o menor gigante a gás é Neptuno, que é 59 vezes maior e 17 vezes mais maciço que o nosso globo.”

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.