A produção de novos astrócitos pode atenuar a depressão

Cortesia / UMinho

Estudo português: produzir novas células do cérebro pode melhorar o comportamento de adultos com doenças neuropsiquiátricas.

Os astrócitos são uma classe de células presentes no cérebro. São fulcrais a regular aspetos como a comunicação e o ambiente dos neurónios.

Tem sido difícil, e neglicenciado, estudar a formação de novos astrócitos; porque não têm surgido ferramentas apropriadas para essa análise.

Assim, há menos conhecimentos sobre o seu papel no cérebro adulto e menos avanços nos tratamentos para distúrbios ansiosos e depressivos.

Mas um estudo liderado pela Universidade do Minho revela que a produção de novos astrócitos pode atenuar a depressão.

Mais concretamente, pode melhorar o comportamento de adultos com doenças neuropsiquiátricas.

Os cientistas portugueses utilizaram um modelo animal (rato) cuja formação de novas células no cérebro foi previamente eliminada; transplantaram-se novas células gliais (astrócitos) e avaliou-se o impacto comportamental.

Estes novos astrócitos revelaram efeitos similares a antidepressivos, revertendo também déficits de ansiedade.

Além disso, recuperaram-se os níveis normais de produção de novos astrócitos e novos neurónios no hipocampo – que na vida adulta tendem a ser produzidos em menor quantidade.

“Conseguimos pela primeira vez demonstrar estes processos”, afirma uma das investigadoras, Luísa Pinto.

“A produção de novos astrócitos contribui, efetivamente, para reduzir comportamentos depressivos e ansiosos”, nota Joana Macedo, em comunicado enviado ao ZAP.

O próximo passo será encontrar “novos caminhos” para tratar várias condições neuropsiquiátricas e neurodegenerativas, com novos fármacos que modulem a produção de novos astrócitos ou, mais importante, a personalização do tratamento de pacientes.

ZAP //

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