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Asteroide tem nome de astrofísico português Nuno Peixinho

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(dr) Detlev van Ravenswaay

O astrofísico português Nuno Peixinho dá nome a um asteroide, descoberto em 1998 e que tem pouco mais de 10 quilómetros de diâmetro, anunciou esta segunda-feira o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), onde é investigador.

Anteriormente designado (40210) 1998 SL56, o asteroide passa a chamar-se (40210) Peixinho, por decisão do Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos da União Astronómica Internacional (UAI).

Descoberto a 16 de setembro de 1998, numa campanha de observações do Observatório de Lowell, nos Estados Unidos, tem cerca de dez quilómetros de diâmetro e está na cintura de asteróides entre Marte e Júpiter, a uma distância do Sol cerca de três vezes superior à da Terra, completando uma órbita em cerca de 5,3 anos.

O seu novo nome foi escolhido em homenagem a Nuno Peixinho, astrofísico da Universidade de Coimbra, que é o único português de uma extensa lista de nomes de cientistas que foram atribuídos em junho a pequenos corpos celestes pela UAI, dirigida pela astrónoma portuguesa Teresa Lago.

O asteroide Peixinho “é o tipo de asteroide que, se viesse em direção à Terra, poderia causar um evento de extinção em massa”, assinala em comunicado o IA. Mas o astrofísico português tranquiliza, dizendo que não representa perigo para a Terra.

“Saber que há agora aí pelo espaço um asteroide com o mesmo tamanho daquele que, presumivelmente, ao colidir com a Terra há 66 milhões de anos levou à extinção em massa do Cretáceo-Paleogeno, onde se incluem os famosos dinossauros… deixa-me sem palavras”, comentou, citado no comunicado, Nuno Peixinho, especialista na caracterização física e química de pequenos corpos do Sistema Solar.

Segundo o IA, existem pouco mais de um milhão de pequenos corpos do Sistema Solar catalogados, cerca de meio milhão já têm designação permanente, mas só 22.505 têm nome.

Pequenos corpos do Sistema Solar “é a designação genérica para asteroides, corpos gelados (como cometas e objetos transneptunianos) e satélites destes”.

Inicialmente, um destes corpos “recebe uma designação provisória de acordo com uma fórmula bem definida que envolve o ano da descoberta, duas letras e, se necessário, outros algarismos”.

Depois, “quando a sua órbita se encontra suficientemente bem determinada, o corpo recebe uma designação permanente, que consiste em acrescentar um número à designação provisória”.

No fim, sob proposta dos autores da descoberta do pequeno corpo celeste, o Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos da UAI atribui um nome.

ZAP // Lusa

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