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Asteroide que dizimou dinossauros permitiu que as cobras evoluíssem (e se espalhassem pelo mundo)

Judy Gallagher / Flickr

As cobras devem, em parte, o seu sucesso na Terra ao asteroide que atingiu o planeta há 66 milhões de anos e levou à extinção dos dinossauros, aponta um novo estudo.

Além da extinção dos dinossauros e de 76% de todos os animais e plantas do planeta, o impacto do asteroide que atingiu a Terra há 66 milhões de anos provocou terremotos, tsunamis, incêndios florestais e uma década de escuridão.

Mas, segundo os responsáveis por um novo estudo, publicado esta terça-feira na revista Nature Communications, algumas espécies de cobras sobreviveram à colisão e foram capazes de prosperar num mundo pós-apocalíptico, abrigando-se no subsolo e passando longos períodos sem comida.

Estes répteis resilientes conseguiram, então, espalhar-se pelo mundo e sua evolução levou às três mil (ou mais) espécies conhecidas hoje em dia.

“Neste ambiente de colapso das cadeias alimentares, as cobras conseguiram sobreviver e prosperar, e foram capazes de colonizar novos continentes e interagir com o ambiente de novas formas”, explicou a líder da pesquisa, Catherine Klein, da Universidade de Bath, em Inglaterra.

“É provável que, sem o impacto do asteroide, não estivessem onde estão hoje”, continuou.

Quando o asteroide atingiu o que hoje é o território do México, as cobras eram muito parecidas com as que conhecemos: sem pernas e com mandíbulas alongadas para engolir presas.

Com poucos alimentos à disposição, aqueles animais conseguiam caçar na escuridão e sobreviver sem comida durante um ano. As espécies de cobras que sobreviveram foram principalmente aquelas que viviam em ambientes subterrâneos, no solo das florestas ou em água doce.

Sem muitos animais para competir, estes répteis evoluíram sem grande oposição e adaptaram-se a novos habitats e a diferentes tipos de presas — o que permitiu que se espalhassem por todo o mundo.

Nick Longrich, também da Universidade de Bath, explicou à BBC que, nos períodos logo após as grandes extinções, a evolução chega à “sua forma mais selvagem, experimental e inovadora”.

O estudo também encontrou evidências de um segundo pico na evolução das cobras, quando o planeta deixou de ser uma quente estufa e passou a ter um clima mais frio, levando à formação de calotas polares e ao início da era do gelo.

O sucesso das cobras é importante para a saúde dos ecossistemas como um todo, já que controlam as populações de presas e ajudam os humanos no controlo de pragas.

ZAP // BBC

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