O caso está a chocar o Japão. Perante o Tribunal de Tóquio, Takahiro Shiraishi declarou-se culpado, após ter assassinado e esquartejado oito mulheres e um homem em 2017. O assassino conheceu as vítimas através da rede social Twitter.
O homem de 29 anos admitiu ao Tribunal que entrou em contacto com as mulheres através do Twitter depois destas expressarem, nas redes sociais, pensamentos suicidas. Após encontrar-se com as vítimas, Takahiro Shiraishi levou-as para o seu apartamento em Zama – a cerca de 40 km a sudoeste de Tóquio – onde as agrediu sexualmente, e depois as roubou e matou.
Os crimes levaram as autoridades japonesas a reprimir sites nos quais muitas pessoas partilham a vontade de cometer suicídio. Perante o sucedido, o Twitter também introduziu novas regras contra a promoção de suicídio e auto mutilação.
A vítima do sexo masculino era namorado de uma das mulheres, e dirigiu-se ao apartamento de Shiraishi para obter informações sobre o seu paradeiro, acabando também por ser morto, revela o The Guardian.
Os advogados de Takahiro Shiraishi argumentam que as acusações de assassinato deveriam ser reduzidas porque as vítimas, que tinham idades entre 15 e 27 anos, mostraram vontade de morrer.
Caso seja condenado, o jovem japonês corre o risco de ser executado. No Japão, os autores de assassinatos múltiplos, ou de violações, são geralmente condenados à pena de morte – que acontece por enforcamento.
Shiraishi foi preso em outubro de 2017, quando o irmão de uma das vítimas encontrou mensagens suspeitas na sua conta do Twitter. O rapaz usou uma amiga como isco, pedindo-lhe que entrasse em contacto com Shiraishi marcando um encontro, sendo assim mais fácil ajudar a polícia a localizar o assassino.
A polícia fez várias buscas no apartamento de Shiraishi, e encontrou o corpo da jovem desaparecida no frigorífico, bem como partes de corpos de todas as nove vítimas em caixas térmicas, e outros recipientes de armazenamento.
O assassino acabou por assumir à polícia que matou as nove vítimas e que “esquartejou os corpos para esconder as provas”, revela a emissora pública NHK.
Shiraishi mudou-se de Tóquio para uma cidade mais pequena com o objetivo de recrutar mulheres para trabalhar na indústria do sexo em Kabukichō.
De acordo com as autoridades, o japonês criou uma conta no Twitter em março de 2017 “para entrar em contacto com mulheres que pensavam em suicídio, e que ele via como alvos fáceis”.
O julgamento de Shiraishi está marcado para 15 de dezembro.