As vacas leiteiras têm relações complexas (que se alteram quando mudam de grupo)

Dirk Ingo Franke / Wikimedia

Uma nova investigação levada a cabo por cientistas do Chile e dos Estados Unidos concluiu que as vacas leiteiras vivem em redes sociais complexas que se alteram quando estes animais são movidos para outros grupos. 

Para chegar a esta conclusão, a equipa internacional de cientistas passou 30 dias com um grupo de vacas que tinham dado à luz há pouco tempo, conta o portal IFL Science.

Procuraram perceber a dinâmica dos relacionamentos entre estes animais através de um modelo de monitorização estatístico de modelagem estocástica orientada a ator (SAOM)  – foi o primeiro estudo a aplicar esta técnica num mamífero que não seja o Homem.

A estrutura do SOAM cria um mapa de mudança de relacionamentos dentro de um determinado grupo social com base em dados que descrevem atributos individuais e dinâmicas de grupo ao longo do tempo.

A equipa descobriu que estes animais, que são constantemente reorganizados na agricultura moderna para corresponder a determinadas necessidades, como a procriação, vivem em grupos complexos e que cada vez que são movidas para outra população são forçadas a criar novas amizades e criar bases sociais.

Esta mudança obriga a mudanças sociais que podem ser negativas para a saúde mental e física das vacas, bem como para a sua produtividade de laticínios.

A equipa descobriu ainda que as vacas leiteiras têm alguns critérios para escolher as novas amizades, tendendo a favorecer animais de idade semelhante.

“Os nosso resultados indicam que o comportamento de lamber [um outro espécime] é importante para fazer amigos e manter a harmonia do grupo”, disse Gustavo E. Monti, autor principal do estudo, cujos resultados foram publicados na revista científica Frontiers in Veterinary Science, e professor da Universidade Austral do Chile.

“É importante que os agricultores estejam atentos à importância dos aspetos sociais da vidas das vacas, animais que formam relacionamentos emocionais complexos no interior do seu grupo”, acrescentou ainda o especialista.

ZAP //

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