A anorexia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por uma distorção da imagem corporal, com um medo extremo da obesidade e a incapacidade em manter um peso mínimo normal dentro dos 15% do peso corporal ideal.
O distúrbio tem uma das taxas de mortalidade mais elevadas de todas as doenças mentais e provoca graves complicações a nível físico e mental.
Segundo a revista Cosmos, a anorexia nervosa, tal como outras doenças que afetam principalmente as mulheres, tem sido mal compreendida.
No entanto, nas últimas décadas, os cientistas fizeram grandes progressos na compreensão do impacto das alterações hormonais na saúde mental das mulheres.
Num novo estudo, os investigadores analisaram a forma como as alterações climáticas durante as várias fases da vida (utilização de contracetivos, gravidez, pós-parto e menopausa) afetam a doenças mentais.
Em modelos animais, foi demonstrado que os estrogénios reduzem a ingestão de alimentos a curto prazo. Dado que a anorexia nervosa se manifesta frequentemente nos anos que se seguem ao início da menstruação, alguns especialistas pensam que o estrogénio pode ser parte da sua causa.
As mulheres com perturbações alimentares apresentam normalmente níveis baixos do estrogénio em comparação com as não afetadas.
Os cientistas descobriram também que os recetores desta hormona no corpo, incluindo o cérebro, têm diversos efeitos. Estes recetores desencadeiam a sensibilização do organismo a outras hormonas, como a tiroxina e a grelina, que influenciam o peso e o apetite.
O estudo, realizado com 37 mulheres adolescentes, concluiu que 100 microgramas de estrogénio transdérmico durante 18 meses reduziram a ansiedade nas doentes.
Num estudo mais antigo, os cientistas examinaram os efeitos durante 12 meses da hormona em 73 atletas sem anorexia, mas com traços mentais semelhantes aos da anorexia, concluindo que a administração de estrogénio reduziu a perturbação alimentar e a insatisfação corporal.
Apesar de terem sido feitos progressos na compreensão da relação entre as hormonas femininas e a anorexia nervosa, ainda há muito trabalho a realizar de modo a melhorar os resultados, com objetivo de encontrar tratamentos mais eficazes para as pessoas afetadas por esta doença potencialmente fatal.