As gaivotas-prateadas percebem para onde estão a olhar os seres humanos e fogem assim que sentem que estão a ser observadas.
Uma equipa de cientistas da Universidade de Exeter, no Reino Unido, levou a cabo uma experiência para determinar de que forma o olhar humano afeta o movimento das gaivotas. Os cientistas aproximaram-se dos animais de duas formas distintas: olhando para o solo ou diretamente para as aves.
As gaivotas demoravam mais tempo a afastarem-se quando não eram observadas, permitindo que um ser humano se aproximasse, em média, dois metros. Os investigadores chegaram à conclusão que os animais já nascem com esta tendência (ou que a aprendem muito rapidamente durante as fases iniciais da vida).
Segundo o EurekAlert, o estudo da universidade britânica também confirma a teoria amplamente aceite de que as gaivotas urbanas são mais ousadas do que as rurais, já que permitem que uma pessoa se aproxime, em média, 2,5 metros antes de caminhar ou voar para longe.
Esta característica deve-se, segundo a autora Madeleine Goumas, às interações regulares e cada vez mais comuns destes animais com os humanos.
“Investigações anteriores já nos mostraram que as gaivotas têm menos probabilidade de bicar um saco de batatas fritas se um humano estiver a observar.” No entanto, neste novo estudo, os cientistas aproximaram-se ao mesmo tempo que fixavam o olhar no animal.
“Estávamos interessados em descobrir se as gaivotas prestam atenção especificamente à direção do olho humano, e que isso se verifica tanto em animais jovens, como nos mais adultos. A aversão ao olhar humano não é resultado de meses ou anos de interações negativas com as pessoas”, rematou a investigadora.
No estudo, conduzido em Cornwall, no Reino Unido, participaram 155 gaivotas. O artigo científico foi recentemente publicado na Animal Behaviour.