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As 5 crises financeiras mais marcantes dos últimos séculos

Nomes como Boston Tea Party, Wall Street, Crise Petrolífera ou Troika acendem uma luz vermelha na cabeça de todos nós. O que conduziu aos 5 maiores episódios de terror económico dos últimos tempos?

A instabilidade financeira tem assolado o mundo nos últimos anos, e a estratégia geopolítica de países como os EUA ou a Rússia têm assustado não apenas os europeus, que temem consequências graves com a incerteza para investimentos e as guerra alfandegária que Donald Trump iniciou.

Nestas alturas, porém, é bom recordar que já existiram tempos sombrios, que mais ou mais tarde se reverteram, com mais ou menos ajuda de instituições globais. A Enciclopédia Britannica nomeia 5 exemplos, e ainda deve recordar-se de alguns.

1772: ano de chá e de crise

A 16 de dezembro de 1773 teve lugar nos EUA o famoso protesto que ficou conhecido como Boston Tea Party. Mas já no ano anterior a conjuntura económica dava sinais de rutura.

Nesta altura, várias regiões dos EUA ainda estavam sob o domínio do Império Britânico. Esta dominância nas colónias encheu os ingleses de otimismo, e fez com existisse uma rápida expansão do crédito.

Só que, como a maior parte dos ciclos de entusiasmo bolsistas, este teve um fim, que aconteceu com a fuga para França de um dos sócios de uma importante casa bancária britânica — estava a escapar às dívidas.

O crash bolsista afetou todo o Império Britânico, e de acordo com os historiados foi um dos grandes responsáveis pelo Boston Tea Party, quando cerca de 5 mil pessoas se manifestaram contra a taxa imposta pelos ingleses sobre o chá nos EUA.

O movimento repetiu-se em várias cidades por todo o mundo, e a crise económica no Império Britânico foi gota de água no desencadear da Revolução Americana.

1929: Wall Street, meu… terror

Com a queda da bolsa de Wall Street, narrada em todos os livros de História do século XX, originou-se a pior crise do século passado. A Grande Depressão foi uma fase negra da história da industrialização, com os países mais envolvidos neste setor a registar perdas recorde.

Na chamada “Segunda Feira Negra”, quando os valores da Bolsa afundaram, muitos acionistas cometeram suicídio. A partir daí, a inflação não parou de escalar, e centenas de milhares de famílias viveram durante vários anos na miséria profunda.

Nos Estados Unidos, a taxa de desemprego atingiu quase 25% no pico da crise, em 1933. A crise durou aproximadamente 10 anos, e afetou o mundo inteiro.

1973: Ouro negro em tempos negros

Esta crise teve início na geopolítica, mais propriamente por conta da Quarta Guerra Israelo-Árabe. Tudo começou com a decisão dos EUA de enviar armas para Israel, tomando um lado no conflito. Tinha tudo para dar errado — e deu.

Os países árabes do Médio Oriente, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), ricos em ouro negro, decidiram boicotar os EUA. O aumento consequente do preço do petróleo no país norte-americano afundou-o numa grande crise, a chamada “crise petrolífera”. O preço da energia escalou, e a inflação disparou.

Os economistas chamam a este período “estagflação” (estagnação e inflação), que afetou todos os países do mundo, em especial os mais industrializados. Foram necessários vários anos para que se recuperasse.

1997: Tigres asiáticos em queda

Esta crise despoletou no continente asiático, com os chamados “Tigres Asiáticos” (Tailândia, Indonésia, Malásia, Singapura, Hong Kong e Coreia do Sul), ou seja, as maiores potência do continente, a usufruírem de uma onda de otimismo financeiro, que depressa caiu.

Em julho de 1997, o governo tailandês teve de abandonar a taxa de câmbio fixa face ao dólar americano. O pânico instalou-se, à medida em que os investidores de todo o mundo desconfiavam da consistência dos governos da Ásia Oriental.

O colapso foi à escala mundial, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) interveio para criar pacotes de resgate para as economias mais afetadas.

2007: a Grande Recessão

A crise a que assistimos no início deste século teve início com o colapso da bolha imobiliária nos EUA. Ainda está nos imaginários de todos nós a escalada de preços, a instabilidade e a Troika , pesadelo de tantos portugueses por simbolizar a crise mais profunda a que assistimos até hoje desde a Grande Depressão.

Depois da bolha imobiliária rebentar, a falência da Lehman Brothers, um dos maiores bancos de investimento de todo o mundo, atirou várias instituições financeiras por todo o mundo para o colapso entre 2007 e 2008.

A Troika manteve-se em Portugal até 2014. O seu objetivo foi a criação de uma garantia de créditos para tentar reverter as chamadas “crises de dívida soberana”. Foi um período negro para a História do século XXI. Enquanto o o mundo aguarda expectante pelo desenrolar dos acontecimentos económicos globais, resta relembrar a História.

ZAP //

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