As árvores antigas são mais importantes para as florestas do que se pensava

A presença destas árvores permite a passagem de material genético para as futuras gerações que as tornam mais resilientes e adaptáveis.

Um número muito pequeno de árvores — menos de 1% da população — chega à idade avançada. Por vezes, estas árvores tornam-se entre 10 e 20 vezes maiores do que a altura média das árvores na sua floresta, revela um novo estudo publicado na Nature Plants.

As árvores mais velhas são muito importantes para a diversidade e saúde de toda a floresta, mostrou ainda a pesquisa, que usou modelos extrapolados de vários estudos anteriores para perceber como é que muitas destas ultrapassam as fronteiras da idade avançada e o impacto que têm na restante flora, escreve o Science Alert.

Estes outliers podem chegar a uma idade tão avançada entre espécies que não têm esperanças de vida definidas. Quanto mais tempo estas árvores vivem, maior é também a probabilidade de que espalhem os seus genes para uma nova geração.

“Examinamos os padrões demográficos das florestas com árvores velhas ao longo de milhares de anos, e uma proporção muito pequena de árvores emerge como ‘vencedora da lotaria’ e chega a idades mais avançadas que podem fazer a ponte entre ciclos ambientais que duram séculos“, revela o botânico Chuck Cannon.

As conclusões são de que estas raras árvores antigas são vitais para a “capacidade adaptadora a longo prazo das florestas, alargando substancialmente o período temporal da diversidade genética geral da população“.

Para além da aprendizagem que passam geneticamente às restantes árvores, os exemplares mais antigos são também importantes por darem abrigo às espécies ameaçadas e por serem melhores a absorver carbono do que as árvores mais jovens, apontam os investigadores.

Estas árvores mais velhas estão também sob grande ameaça devido às alterações climáticas e à desflorestação. “Quando se abatem as árvores velhas e antigas, perdemos o legado genético e fisiológico que elas contém para sempre, assim como o habitat único para a conservação da natureza”, alerta Cannon.

Os investigadores comparam o desaparecimento destas árvores à extinção de espécies animais, visto que eventualmente as árvores não crescerão tanto e não terão a mesma história evolutiva, e apelam a que o ser humano volte a respeitar e até venerar as árvores antigas como forma de garantir a sua preservação.

ZAP //

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