(dr) Hypeness
Autorretrato – David Alfaro Siqueiros
Os artistas mexicanos tinham por hábito encontrar sempre uma forma de se livrarem de pagar impostos – o que fez com que o governo do país deixasse de arrecadar uma significativa receita fiscal. Mas há que convir que viver de arte não é uma tarefa simples.
Tendo que entrar forma de resolver a questão, o governo mexicano encontrou há décadas uma solução criativa para evitar a prisão de artistas: o Pago em Espécie, programa fiscal mexicano de pagamento de impostos com arte.
A solução é tão simples – e eficaz – que admira não ter sido seguida já em todo o Mundo.
Os artistas mexicanos – sejam pintores, desenhadores, escultores ou outros – em vez de pagarem em dinheiro o equivalente mexicano do IRS, podem entregar ao governo uma parte das suas obras de arte.
O modelo é simples. Os artistas que vendam de 1 a 5 obras por ano, doam 1 ao governo; quem vender de 6 a 8 doa 2, e a doação via aumentando, até um limite de 6 obras doadas por ano.
As obras doadas são avaliadas por peritos de arte do governo, que verificam se condizem com a qualidade do que os artistas habituaalmente produzem.
As peças são então distribuídas por museus e edifícios estatais em todo o país.
Algumas das obras são também enviadas para galerias de arte em todo o Mundo, como forma de divulgar a arte e a cultura mexicanas.
Actualmente, há já mais de 700 artistas envolvidos no programa Pago em Espécie, e o governo adquiriu com isso mais de 7 mil obras de arte.
O sucesso do programa é tão grande que, recentemente, foi necessário adquirir um novo depósito para guardar as obras que ainda não foram catalogadas.
Veja abaixo as obras de alguns dos artistas que já participaram no programa:
ZAP / Hypeness
