Um artista escocês residente no Algarve há 25 anos tem na cidade de Loulé um estúdio onde cria candelabros personalizados de luxo que aliam design, tecnologia e ecologia e cujas encomendas chegam de todos os cantos do mundo.
Beau McClellan detém atualmente o recorde Guiness para o maior candelabro do mundo, peça que tem 48 metros de comprimento, 55.000 Leds (Díodo Emissor de Luz) incorporados, mais de 2.500 luminárias e quase 20 toneladas e que está instalada no Al Hitmi–Doha, no Qatar.
Anualmente, produz entre 50 a 60 candelabros, 15 a 20 dos quais para clientes privados, juntamente com uma equipa de jovens designers portugueses e a sua mulher, dando ainda apoio em consultoria de design e comunicação a empresas nacionais e internacionais.
Beau McClellan contou à Lusa que cada candelabro que faz é único e concebido para refletir os seus clientes e a sua forma de vida, razão que o leva a visitar pessoalmente cada cliente, onde quer que seja.
“O candelabro de entrada de uma casa de luxo é uma coisa fundamental porque é a representação deles [clientes] próprios e quando abrem a porta para os convidados, eles entram e têm uma coisa para falar”, comentou.
Funcionalidade, ecologia, tecnologia, design e intemporalidade são conceitos que Beau McClellan procura fundir em cada trabalho.
“Vendo candelabros de luxo mas tento sempre ligar a parte ecológica. Daí o LED”, comentou observando que este é um novo nicho de mercado onde há alguma concorrência, “mas pouca”.
A Bybeau, empresa sedeada na cidade de Loulé há dois anos, foi uma aposta do criador após sentir que tinha perdido o contacto com a parte criativa do processo na empresa de grande dimensão e de âmbito internacional que entretanto vendeu.
“Acho que tenho sucesso na iluminação porque não venho do mundo da iluminação, venho do lado da música e do ferro forjado e de outros lados”, notou.
Há 25 anos, Beau McClellan chegou ao Algarve desiludido com o fim da carreira na área da música. Comprou uma casa que reconstruiu e começou a fazer peças contemporâneas com ferro forjado que começaram a ser adquiridas para casas de luxo no Algarve.
Um arquiteto acabaria por desafiá-lo a criar um candelabro de grandes dimensões para condizer com casas grandes e o resultado surpreendeu o próprio criador.
“Eu sabia que tinha algum potencial nesta nova direção mas não sabia muito sobre iluminação“, observou, acrescentando que, no ano seguinte, correu o mundo para conhecer os melhores especialistas na área, tendo-se deparado com a fibra ótica e o LED.
O seu próximo candelabro, já com tecnologia LED, integrou várias revistas internacionais de design e chamou a atenção de uma empresa da área que o contratou para criar uma gama de produtos que viria a arrecadar quatro prémios.
O reconhecimento arrecadado com prémios como o de “Red Dots Awards”, abriram-lhe as portas do mundo da iluminação e, mais recentemente, recebeu o prémio “World Interiors News” 2014.
/Lusa