Arqueólogos encontram cálice semelhante ao “Santo Graal” no Tesouro de Petra

Expedition Unknown / Discovery

Entre os novos artefactos agora encontrados em em Al-Khaznah, encontra-se um cálice com a mesma forma que o Santo Graal

Os investigadores descobriram em Al-Khaznah, o famoso “Tesouro de Petra”, um novo local de sepultamento com artefactos com 2000 anos e a maior coleção de restos humanos até agora encontrada nno local.

Uma equipa de arqueólogos encontrou 12 restos humanos no templo de Al-Khaznah, em Petra, na Jordânia, que é considerado uma das sete maravilhas do mundo e foi cenário do filme Indiana Jones e a Última Cruzada.

Curiosamente, os investigadores também encontraram na mesma escavação um cálice semelhante ao Santo Graal encontrado pelo personagem interpretado por Harrison Ford no filme.

Al Khazneh, “O Tesouro”, em árabe, foi originalmente construído pelos romanos como um mausoléu e cripta no início do Século I, durante o reinado de Aretas IV, provavelmente como seu próprio mausoléu.

Segundo o El Confidencial, o mausoléu contém uma urna escavada acima da entrada que, de acordo com as lendas dos beduínos, tem o tesouro de um faraó.

A equipa, liderada pelo arqueólogo  Pearce Paul Creasman, diretor do American Center of Research, utilizou um radar de penetração no solo para revelar a existência de duas novas câmaras funerárias subterrâneas num dos lados da famosa fachada do templo.

As escavações resultaram na descoberta de esqueletos de 12 pessoas e de vários objetos de bronze, ferro e cerâmica datados de há cerca de 2000 anos. A descoberta é considerada pela equipa como a maior coleção de restos humanos encontrados num único local em Petra.

Segundo Richard Bates, professor de geofísica na Universidade de St Andrews, na Escócia, e membro da equipa de arqueólogos, a descoberta vai ajudar os investigadores a saber mais sobre os nabateus, o povo ancestral que habitava na região.

“Se olharmos para todos os outros túmulos na área de Petra, apenas alguns contêm restos humanos, e esses são muito fragmentados, enquanto neste sítio arqueológico encontrámos 12 corpos completos“, disse Bates à NPR.

Expedition Unknown / Discovery

Um dos 12 esqueletos descobertos no Tesouro de Petra

O que descobriram

Duas décadas depois de terem descoberto as câmaras funerárias enterradas sob o Tesouro de Petra, Creasman e a sua equipa voltaram ao monumento no início deste ano com um radar de penetração no solo que utiliza impulsos eletromagnéticos para detetar objetos subterrâneos.

Os investigadores detetaram câmaras escondidas no lado direito do templo, que tinham fortes semelhanças com as que tinham encontrado há 20 anos no lado esquerdo. Esta descoberta permitiu-lhes obter autorização do governo jordano para iniciar novas escavações — que tiveram início em agosto do ano passado.

No interior, foram encontrados restos humanos pertencentes a 12 indivíduos. Os ossos, embora inteiros, não estão em bom estado e alguns deles estão bolorentos.

Segundo Creasman, o seu mau estado pode dever-se à humidade e às inundações sazonais em Petra, bem como ao arenito poroso que rodeia o túmulo, que reteve a humidade.

Em contrapartida, os objetos encontrados estão muito bem conservados. Entre estes encontra-se um cálice com a mesma forma que o Santo Graal apresentado no filme de 1989 Indiana Jones e a Última Cruzada.

“Esperávamos encontrar algo que nos pudesse dizer mais sobre as pessoas e o local; os restos humanos podem ser uma ferramenta muito valiosa nesse sentido”, explica Creasman à cadeia de televisão morte-americana  CNN.

“Os enterros neste túmulo são articulados, por isso os ossos não foram perturbados ou movidos, o que é muito raro”, detalha o arqueólogo.

De acordo com Creasman, o local oferece um raro vislumbre da vida dos nabateus,  um antigo povo semítico, ancestral dos árabes árabes, que viveu entre o século IV a.C. e 106 d.C.

Segundo a National Geographic, a deslumbrante cidade de Petra foi construída pelos nabateus graças às somas astronómicas que ganharam no comércio de bens de luxo.

Na literatura, a sociedade nabateia é frequentemente descrita como igualitária, e o seu rei mantinha mais convívio com os membros das classes mais baixas do que os líderes de outras civilizações, explica Creasman.

Como reflexo dessa estrutura social, os túmulos nabateus encontrados até à data não distinguem entre enterros reais e normais, pelo que é difícil dizer a quem foram dedicados. Além disso, a humidade e as infiltrações de água não ajudam.

Creasman acredita que uma análise mais aprofundada dos esqueletos poderá revelar mais pormenores sobre quem eram estas pessoas em vida.

O próximo passo dos investigadores será datar com precisão todos os esqueletos e artefactos e utilizar o ADN extraído dos mesmos para determinar se os 12 restos humanos estão relacionados entre si.

ZAP //

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