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Arqueólogos descobriram sem querer um tesouro único numa abadia medieval

Arqueólogos franceses que procuravam uma antiga enfermaria na Abadia de Cluny, no nordeste de França, foram surpreendidos pela descoberta de um “tesouro excepcional e extremamente raro”.

A equipa de arqueologia realizava escavações na Abadia de Cluny, em Saone-et-Loire, no nordeste de França, desde 2015, com a ajuda de estudantes da Universidade de Lyon. Os arqueólogos procuravam uma antiga enfermaria, quando inesperadamente começaram a cair moedas de ouro e de prata de um saco de pano que se encontrava enterrado.

A descoberta foi feita em Setembro passado, mas só agora divulgada pelo Centro Nacional de Pesquisa Científica de França, CNRS.

O achado inclui 2200 moedas de prata, 21 moedas de ouro, um anel de ouro com sinete e a figura de um deus e outros objectos feitos de ouro, constituindo uma colecção única, salienta o CNRS em comunicado.

Trata-se da maior colecção de moedas denier francesas já encontrada, revela a entidade, que realça que estas terão sido cunhados em Cluny há 900 anos, quando eram a moeda corrente.

Surpreendentemente, estas moedas foram encontradas ao lado de um pacote escondido de dinares de ouro islâmicos, cunhados em Espanha e em Marrocos, mais ou menos na mesma altura.

“Nunca tinham sido encontradas moedas de ouro de terras árabes, deniers de prata e um anel com sinete juntos, num mesmo e único complexo fechado”, garante o CNRS.

(dr) Anne Baud-Anne Flammin-Vincent Borrel

Parte do tesouro raro encontrado escondido na Abadia de Cluny, em França.

A engenheira Anne Flamman, que trabalha para a organização francesa, reforça a enorme importância da descoberta, sublinhando ao The Local que este é sem qualquer dúvida “um tesouro excepcional e extremamente raro”.

“O valor global deste tesouro, para a época, é estimado em entre três a oito cavalos, o equivalente aos carros nos dias de hoje”, explica à mesma publicação o estudante de doutoramento Vincent Borrel que está, agora, a analisar em detalhe o tesouro.

Borrel nota que, apesar do valor das moedas, “em termos do funcionamento da Abadia, não é assim tanto, totalizando cerca de seis dias de abastecimentos de pão e vinho”.

No ar, ficam muitas dúvidas por responder, nomeadamente de quem seria o dinheiro, porque estaria escondido e o que faziam dinares islâmicos na Abadia de Cluny, um dos maiores mosteiros medievais da Europa.

SV, ZAP //

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