/

Armas de fogo mataram ou feriram 19 crianças por dia nos EUA

Disparos de armas de fogo mataram ou provocaram ferimentos a pelo menos 19 crianças, diariamente, nos Estados Unidos afetando sobretudo rapazes afro-americanos, de acordo com um estudo governamental.

Os dados que foram analisados referem-se ao período entre 2002 e 2014, nos Estados Unidos, e confirmam as conclusões de outras pesquisas sobre o assunto sublinhando, de acordo com os investigadores, que a violência armada abriu uma “crise que afeta a saúde pública”.

O relatório do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), publicado esta segunda-feira na revista norte-americana Pediatrics, estuda o envolvimento de crianças e adolescentes até aos 17 anos de idade com armas de fogo e analisa as certidões de óbito e relatórios de emergência médica.

O documento concluiu que, no período estudado, registaram-se 1.300 mortes por ano e cerca de seis mil ferimentos provocados por armas de fogo em atos quase sempre intencionais.

Assim, o relatório indica que morreram duas em cada 100 mil crianças, nos Estados Unidos, sendo que a proporção é o dobro no caso das crianças afro-americanas. Por outro lado, todos os anos, oito em cada 100 mil crianças ficaram feridas ao serem atingidas por disparos.

As mortes por acidente por armas de fogo entre crianças ocorreram durante brincadeiras e por disparos não intencionais, sendo que cerca de 40% do grupo com menos de dez anos foi atingida por disparos acidentais efetuados pela própria criança que manuseava a arma.

O estudo nota que as mortes por disparos acidentais não são devidamente notificadas junto das autoridades, facto que já tinha sido noticiado pela Associated Press e pelo jornal USA Today. Os dois órgãos de comunicação social tinham publicado dados que indicavam que, nos primeiros seis meses de 2016, houve uma média de um caso por dia de menores de dez anos atingidos acidentalmente por armas de fogo.

Os dados são superiores às estatísticas fornecidas pelas autoridades federais norte-americanas, no mesmo período de 2016.

Um editorial que acompanha o estudo publicado esta segunda-feira refere que o relatório é importante para os médicos que queiram abordar a problemática das armas de fogo junto dos pais das crianças e, sobretudo, com aqueles que mantêm guardam armamento em casa.

// Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.