Os grupos neonazis portugueses são “bastante desorganizados” e financiam-se com dinheiro obtido em negócios ilícitos, como o tráfico de armas, de droga e de mulheres para prostituição e a sucata. Mas os ganhos obtidos não são todos aplicados na causa, acabando parte dos lucros nos bolsos dos envolvidos.
Estes dados são divulgados ao Expresso por fontes judiciais que investigam os movimentos de extrema direita em Portugal.
Os Portugal Hammerskins e os Blood & Honour são os dois principais grupos investigados pelas autoridades, revelando-se “bastante desorganizados” comparativamente com outros movimentos ultra-nacionalistas de outros países, segundo avançam fontes ao semanário.
“Não existe uma verdadeira organização financeira no movimento”, refere uma fonte policial ao jornal.
“É difícil traçar a rota desse dinheiro, já que os skinheads estão longe de ser uma organização estruturada: uma boa parte dos lucros fica no bolso deles ou vai para a família”, acrescenta outra fonte policial ao Expresso.
Assim, os ganhos com os negócios destes movimentos acabam por beneficiar mais os próprios envolvidos do que propriamente a causa neonazi.
Entre os negócios a que se dedicam, o Expresso destaca a sucata, frisando que pode ser “altamente rentável”, nomeadamente tirando partido da fuga ao fisco.
Também os tráficos de droga e de armas garantem aos neonazis lucros elevados.
Estes elementos “aproveitam” igualmente “os contactos na área da segurança privada e dos clubes noturnos para traficar e para explorar mulheres“, salienta uma fonte ao Expresso.
Haverá “pelo menos três importantes elementos da extrema-direita que se dedicam há alguns anos à gestão de sites de prostituição“, um dos quais com ligações à Europa de Leste, de onde serão provenientes as mulheres exploradas, como destaca o mesmo jornal.
As autoridades também apuraram que há muitos extremistas de direita portugueses que fizeram “formação paramilitar na Ucrânia”, nomeadamente com os grupos ultranacionalistas que combatem as forças separatistas pró-Rússia naquele país.
Em Junho passado, o Ministério Público (MP) acusou 27 homens, alegadamente pertencentes aos Hammerskins, por suspeitas de crimes de discriminação racial, religiosa e sexual e também de tentativa de homicídio qualificado. Foram também acusados de detenção de arma proibida e de tráfico de estupefacientes e de armas.
No âmbito dessa investigação, as autoridades detectaram o envolvimento de elementos dos Hammerskins em, pelo menos, duas agressões motivadas pela ideologia que defendem.
Num caso, atacaram um jovem comunista à saída de um comício no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a 20 de Setembro de 2015, deixando-o com sequelas neurológicas permanentes. Um dos agressores foi um guarda prisional.
Em 2013, elementos do grupo terão estado envolvidos na agressão a um jovem negro que foi espancado quando saía de um autocarro, tendo sido agredido com socos, pontapés, facadas e com uma chave de rodas.
A entrada nos Hammerskins implicará a participação numa espécie de ritual de iniciação que passa por agredir um negro, um comunista ou um homossexual, sendo que os candidatos têm obrigatoriamente que ser brancos e ter mais de 18 anos.
Eu sei porque não há comentários aqui. Se a cor da pele fosse outra…
Cópia do ku-klux-klan, mas mais desorganizada !
Até dá jeito , ganham todos é mais difícil seguir o rasto .
É no que dão certas liberdades , ainda vamos esperar muito tempo, até saber-mos o que vai acontecer ao chega ?? Mas vai acontecer-lhe alguma coisa , a não ser inquéritos e pouco mais ….
Tenham cuidado com o virus , o resto talvez outros cuidem