O arcebispo de Adelaide foi condenado, esta terça-feira, por um tribunal australiano a uma pena de prisão de 12 meses por encobrir um caso de abuso sexual infantil, avançou a agência Associated Press.
O magistrado de Newcastle, Robert Stone, decidiu que o clérigo, Philip Wilson, deverá cumprir pelo menos seis meses de pena de prisão antes de ser considerado elegível para liberdade condicional.
O arcebispo de Adelaide, contudo, não será imediatamente preso. O juiz vai decidir, a 14 de agosto, se Wilson pode cumprir a pena através de prisão domiciliária.
O juiz já tinha considerado, em maio, que o clérigo de 67 anos era culpado por não ter informado a polícia sobre o abuso repetido de duas crianças pelo padre James Fletcher na região de Hunter Valley, ao norte de Sydney, durante a década de 1970.
O padre foi condenado em 2004 a oito anos de prisão por nove casos de abuso sexual, mas morreu 13 meses depois, na sequência de um enfarte.
O arcebispo Wilson enfrentou uma sentença máxima de dois anos de prisão.
Durante o julgamento, a defesa argumentou que o arcebispo, recentemente diagnosticado com a doença de Alzheimer, foi incapaz de comparecer perante o juiz devido ao impacto da doença nas “funções cognitivas”.
“Estou obviamente aborrecido com a decisão divulgada”, disse, na altura, num breve comunicado, depois de conhecer a decisão do tribunal. “Agora devo considerar as razões e consultar os meus advogados para determinar os próximos passos”.
A Igreja Católica, com forte presença na Austrália, recebeu queixas de 4.500 pessoas por alegados abusos cometidos por cerca de 1.880 membros da instituição entre 1980 e 2015, embora alguns casos datem dos anos de 1920.
No início deste ano, vários arcebispos australianos admitiram que a resposta da Igreja Católica no país aos casos de pedofilia estava errada e levou a uma situação de “negligência criminosa“.
ZAP // Lusa