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Apostas corruptas no futebol português: jogadores recebem 7500 euros por jogo para fazer batota

FPF

PJ investiga manipulação de resultados em 40 inquéritos. Esquema levado a cabo por redes criminosas internacionais paga a jogadores por atos aparentemente inofensivos durante um jogo, como cantos. Apostas mais específicas são feitas em plataformas estrangeiras e ilegais.

Uma investigação conduzida pela  Polícia Judiciária (PJ) tem atualmente 40 inquéritos em curso, a investigar a manipulação de resultados no futebol português.

O fenómeno é muitas vezes impulsionado por redes criminosas internacionais, que oferecem a jogadores das três principais ligas nacionais subornos de mais de 7.500 euros por jogo para influenciar resultados, avança o Jornal de Notícias este domingo.

O objetivo é beneficiar apostadores em esquemas fraudulentos, especialmente através de mercados de apostas regulados e ilegais.

Como funciona o esquema

Os jogadores aliciados são, na maioria das vezes, profissionais mal pagos ou com salários em atraso. As ações fraudulentas podem incluir gestos aparentemente inofensivos, como provocar um canto logo no início do jogo, cometer faltas para receber cartões amarelos ou marcar autogolos. Estas jogadas, planeadas antecipadamente, permitem lucros significativos através de apostas em eventos específicos.

Segundo Luís Ribeiro, coordenador da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, os corruptores recrutam intermediários para convencer os atletas, que “face ao ordenado que auferem consideram que o risco é baixo: o jogador “cria na própria cabeça a ideia de que o desvalor também não é relevante, porque na realidade não está bem a prejudicar a equipa”, explica.

Muitas vezes, esses intermediários são ex-jogadores que atuaram em ligas mais associadas à corrupção e que estabelecem a ponte entre as redes criminosas e o futebol português. Minimizam a gravidade do esquema perante os jogadores, argumentando que as ações não prejudicam necessariamente as suas equipas.

Apesar de o mercado português de apostas ser restrito a competições profissionais, plataformas estrangeiras e ilegais permitem especular sobre divisões inferiores e até modalidades menos regulamentadas.

A resposta da PJ

Para enfrentar esta ameaça, a PJ criou uma equipa especializada na luta contra a manipulação de resultados desportivos. As investigações partem de denúncias, bem como de alertas emitidos por casas de apostas que identificam volumes anormais de atividade.

O coordenador Luís Ribeiro explica que o foco está em práticas como a manipulação do número de golos, uma das categorias mais exploradas pelos criminosos. A estratégia inclui monitorizar movimentos suspeitos e rastrear os responsáveis.

ZAP //

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