A obrigatoriedade da entrega de um carro para abate parece estar a afastar o interesse no apoio de 4000 euros para a compra de elétricos.
As novas regras para os incentivos à compra de veículos elétricos por particulares em Portugal estão a gerar menos adesão do que em anos anteriores. Até às 16h30 de quinta-feira, apenas 51 candidaturas tinham sido submetidas, contrastando com a procura de outros anos, onde os apoios se esgotavam em poucos dias.
Este ano, estão disponíveis 1050 incentivos, cada um no valor de 4000 euros, mas as mudanças nos critérios de elegibilidade parecem estar a desmotivar os potenciais beneficiários.
A principal alteração introduzida pelo Governo envolve a obrigatoriedade de entregar para abate um veículo com pelo menos 10 anos para aceder aos incentivos. Pedro Faria, presidente da associação de utilizadores de veículos elétricos (UVE), considera que esta exigência é a razão principal para a redução na procura. “Tal como temíamos, tudo indica que o programa não vai ter sucesso no que toca à retroatividade”, refere ao Jornal de Negócios.
O programa deste ano também impôs uma redução no preço máximo do carro elétrico elegível, passando de 62 500 para 38 500 euros. Esta medida, apesar de criticada por alguns consumidores, é apoiada pela UVE, que acredita ser uma forma de incentivar a descida dos preços dos veículos elétricos por parte dos fabricantes. Contudo, Faria defende que a obrigatoriedade de entrega de um carro antigo para abate terá um impacto negativo no sucesso do programa.
De acordo com os dados atuais, das 51 candidaturas submetidas, 23 foram aceites, enquanto 13 foram excluídas por não cumprirem os critérios e 11 aguardam documentação adicional. Com este ritmo, Pedro Faria estima que a verba de 4,2 milhões de euros destinada ao programa de incentivos não será totalmente utilizada.
No entanto, a situação é diferente para os incentivos aos veículos comerciais ligeiros elétricos, disponíveis apenas para empresas. Neste caso, o ritmo de adesão é mais acelerado, com 60 candidaturas submetidas para os 200 apoios disponíveis, no valor de 6000 euros cada.
Pedro Faria defende que este segmento deverá ser priorizado no futuro, dado o atraso na eletrificação deste setor e a crescente produção de veículos comerciais elétricos em Portugal, nomeadamente pela Stellantis em Mangualde.
Isso não é um verdadeiro incentivo e dá muito trabalho. Nos EUA em muitos estados há um desconto de $7500 no momento da compra, não é preciso preencher papelada, submeter candidaturas, nada. Isso sim é um incentivo.
Estas coisa são feitas só para propaganda politica. O dinheiro nem sequer existe, mas como não vai ser esgotado, não é um problema.
Assim, podem dizer que disponibilizaram incentivos, foram os cidadãos que não aproveitaram.
Existe, sim. Essa medida é sustentada nos impostos sobre os combustíveis, nomeadamente a taxa de carbono. Tira-se de uns para dar a outros.
O problema é que muito pouca gente quer tostadeiras com rodas.