As aplicações de fitness para smartphones permitem detectar a localização de bases militares secretas dos EUA em países como Síria e Afeganistão. É este o caso, por exemplo, da Strava, cujo heatmap permite identificar o percurso das pessoas a partir da sua rotina diária.
Esta app informática faz o rastreamento de exercícios – o chamado fitness tracking -, permitindo a quem corre completar o mapeamento, com os locais por onde passa e as características do terreno. Estes dados são partilhados com os outros utilizadores da aplicação.
Em países como a Síria e o Afeganistão, os utilizadores da aplicação da Strava são praticamente elementos das equipas militares estrangeiras aí colocadas, o que acaba por ajudar a identificar as bases que deveriam ser secretas.
“As bases norte-americanas são claramente identificáveis e mapeáveis“, constata o analista do Instituto para a Análise Unida do Conflito, Nathan Ruser, que detectou a falha de segurança, em declarações ao jornal The Guardian.
“Se os soldados usam a app como qualquer pessoa normal, activando o rastreamento quando vão fazer exercício, pode ser especialmente perigoso“, acrescenta este elemento, apresentando o caso de uma base militar dos EUA em Helmand, no Afeganistão, que surge claramente assinalada num mapa de cores da aplicação que não tem quase mais nada à volta.
A Strava explica que o mapa mundial de pontos da app inclui “mil milhões de actividades”, “três triliões de pontos de latitude e longitude”, abrangendo uma distância total percorrida de “27 mil milhões de quilómetros” e “5% de toda as terras na Terra cobertas por azulejos”.
Isto, se percebo, que verdadeiramente está a revelar a localização são os próprios soldados, que ligam a aplicação enquanto treinam.