Apesar do descontentamento das autoridades locais, Marcelo falou mesmo de direitos humanos no Qatar

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Tiago Petinga / LUSA

Marcelo Rebelo de Sousa

Após a polémica que rodeou a visita dos governantes portugueses ao Qatar para apoiar a Seleção Nacional, o Presidente da República aproveitou a participação numa conferência para destacar a importância da educação para todos. 

Prometeu e cumpriu. Marcelo Rebelo de Sousa usou mesmo a sua visita ao Qatar, com o propósito de assistir ao jogo de estreia da Seleção nacional no Mundial de 2022, para partilhar uma mensagem de defesa dos Direitos Humanos, após ter sido fortemente criticado por uma alegada desvalorização das infrações do regime do país árabe precisamente em relação aos Direitos Humanos.

Numa conferência sobre educação, em Doha, na qual também participou  o seu homólogo ganês, o Presidente da República destacou a importância do acesso à educação para todos os membros da sociedade. “Todos devem frequentar a escola. O objetivo [do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas] diz: ter acesso à educação”, lembrou. “O acesso à educação continua a ser um problema em toda a parte, porque com a crise os ricos ficam ainda mais ricos e os pobres ficam ainda mais pobres.”

Como tal, Marcelo entende ser “muito importante apostar e investir no ensino superior para mudar científica e tecnologicamente mais depressa. Mas, ao mesmo tempo, nunca esquecer os que não podem pagar essa educação”. Depois de alguma contextualização, o Presidente da República acabou por tocar no assunto que o trazia ali.

“Nunca, nunca esquecer que é a isto que por vezes chamamos Direitos Humanos. Os direitos humanos são os direitos sociais, económicos, políticos, mas também os direitos pessoais. E isso é tão importante”, lembrou. “Sabemos que cada país tem o seu próprio modo de pensar, mas é preciso incluir mesmo pessoas com diferentes orientações sexuais“.

A questão dos direitos das mulheres também foi abordada, com Marcelo a lembrar que “aqui [no Mundial do Qatar] temos somente equipas de futebol masculinas. Mas, por exemplo, em Portugal a maioria dos estudantes do ensino superior são mulheres, a maioria das doutoradas são mulheres, estamos acima da média da Europa, estamos a liderar, e isso é tão importante”.

ZAP //

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2 Comments

  1. Já não percebo o
    povo português… agora que falou dos direitos humanos no local certo, também é criticado?
    Chiça, é preso por ter cão, ou preso por não ter cão.

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