Últimos dias de campanha ficaram marcados por troca de acusações entre as duas comitivas devido à falta de consenso para a realização de debates entre os dois candidatos.
Apesar dos sucessivos apelos e avisos de Marcelo Rebelo de Sousa para a importância de o país ter uma alternativa política forte à governação do Partido Socialista, estes parecem ter caído em saco roto. A necessidade de uma “oposição muito forte” para a realização de “acordos de regime” tem esbarrado num PSD atormentado pelas divisões internas que mergulharam o partido não só em processos eleitorais como na inação política resultada pela falta de entendimentos.
Com uma nova eleição direta no horizonte, marcada para 28 de maio, as perspetivas não são animadoras. De acordo com o Expresso, só metade dos 44 mil militantes estão em condições de votar, um número que parece prejudicar Jorge Moreira da Silva, apostado no “voto livre“. O candidato viu também a sua campanha abalada pela infeção à covid-19, o que o obrigou a adiar várias sessões. A sua primeira viagem foi à Madeira, um território que poderá não lhe ser muito favorável dado os apoios que o seu adversário tem ali: Miguel Albuquerque e Alberto João Jardim.
Como tal, nas suas comunicações públicas através de comunicados e publicações nas redes sociais, optou por destacar a questão dos debates. Neste âmbito, as campanhas dos dois candidatos têm trocado acusações e dado a conhecer versões bem diferentes sobre os hipotéticos frentes-a-frente. Do lado de Moreira da Silva, há queixas de faltas de respostas e silêncio, ao passo que Montenegro puxou do seu histórico de bom argumentador para explicar que nunca recusou qualquer proposta. “Se há característica que me podem imputar é que adoro debates“.
Sem qualquer encontro televisivo ou radiofónico marcado, as duas campanhas trataram de apontar mutuamente o dedo, não só quanto aos debates, mas às propostas. O antigo líder parlamentar do PSD ressalvou que “são muito mais as ideias que temos lançado para o debate do que as que ouvimos dos outros protagonistas”. “Eu, pessoalmente, ainda não retive nada da biodiversidade política vinda da outra candidatura”, atirou Montenegro.
Na resposta, Jorge Moreira da Silva acusou o seu adversário de ter propostas com “alguma superficialidade“, daí gostar de obter mais dados sobre as mesmas. “Não vale a pena dizer que não tem medo de debater com ninguém ou dizer que gosta muito de debates. Os estados de alma não são para aqui chamados. Em termos práticos, só é preciso saber se está disponível para debater comigo, como eu acho que é do interesse de todos os cidadãos”, afirmou, citado pelo I.
Um anda em negociatas o outro tem um diretor de campanha que é o principal arguido na operação tutti-frutti!…