“Preços que não queres deixar fugir”: anúncio que lembra fuga de Vale de Judeus retirado

Publicidade da WOO, detida pela NOS, não agradou ao Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, que ameaçou com providência cautelar: “em publicidade não vale tudo”.

É “inspirado em factos reais” que muito rapidamente se associam à polémica fuga de 5 reclusos do estabelecimento prisional de Vale de Judeus, em setembro.

A campanha da WOO, pertencente à NOS, mostra um guarda prisional distraído com o telemóvel enquanto um grupo de cinco detidos utiliza um escadote para escapar das instalações prisionais. “Quando não estás satisfeito com o trabalho, que estejas satisfeito com a net”, brinca o anúncio.

A publicidade vai ser retirada do ar pela operadora digital, depois de o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional ter ameaçado com uma providência cautelar para travar a divulgação do anúncio, cujo tom considera “lamentável” e ofensivo.

“Em publicidade não vale tudo. Não podemos pôr em causa o bom nome da guarda prisional com este tipo de publicidades”, acusa Frederico Morais, presidente do sindicato representante da classe profissional, ao Observador: “Já não basta a fragilidade em que a situação nos deixou, quanto mais tentarem fazer de nós alvo de chacota”, sublinha.

“Há muitas maneiras de fazer publicidade, há muitas maneiras de angariar clientes e esta não é, certamente, a mais correta”., fez questão de frisar ainda o responsável.

Perante a polémica, a WOO recuou e garantiu ao mesmo jornal que iria suspender a campanha, reforçando que nunca teve intenção de ofender os guardas prisionais.

“Temos o maior respeito pelo trabalho dos guardas prisionais e pelo papel fundamental que desempenham na nossa sociedade. Nunca foi nossa intenção ofender ou desvalorizar o seu trabalho“, disse a operadora.

A WOO defendeu no entanto que o anúncio seguia o tom humorístico habitual da sua comunicação e que pretendia apenas retratar situações comuns do quotidiano. Ainda assim, optou por retirar o conteúdo por respeito aos profissionais visados e à sua missão.

“A campanha em questão foi concebida num tom humorístico, como é habitual na comunicação da WOO, com o objetivo de ilustrar situações do quotidiano, e não como crítica. Lamentamos sinceramente que a campanha tenha sido interpretada de forma diferente da pretendida”, acrescentou a empresa detida pela NOS.

ZAP //

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