António Costa partilha das “irritações” do Presidente da República e garante que fuga de informação não veio do seu gabinete

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Manuel De Almeida / Lusa

António Costa destacou o seu perfil institucionalista, realçando que a fuga de informação sobre a composição do governo não saiu do seu gabinete.

Quis o destino que o dia 23 de março de 2022 ficasse marcado por dois acontecimentos na vida política portuguesa: o início das comemorações dos 50 anos da revolução de 25 de abril e o anúncio dos nomes que irão compor o XXIII Governo Constitucional. A propósito do primeiro, presidente da República e primeiro-ministro estiveram presentes no Pátio da Galé, onde, através das câmaras de televisão, foi possível observar a interação entre os dois e tentar encontrar qualquer sinal de mau-estar.

É que ao contrário do que estava previsto, os nomes dos ministros do novo Governo de António Costa não foram divulgados em primeira mão pelo site da presidência, após reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, mas sim pela comunicação social, que desde o início da tarde avançava as prováveis nomeações.

O primeiro sinal de irritação surgiu após a cerimónia, quando, em declarações aos jornalistas, fez saber que não via motivos para que a reunião do final do dia se realizasse. Aos microfones da SIC afirmou que a fuga de informação “até facilitava a vida”. “A sessão agora vai ser longa, depois temos um concerto comemorativo, e o senhor primeiro-ministro vai partir para a Europa [Bruxelas, para Conselho Europeu). Por isso, se a lista está feita [a lista], está feita”.

“Se aquilo que corre na comunicação social for confirmado, dispensa-se uma audiência [com o primeiro-ministro]. Pelos vistos, fiquei a saber pela comunicação social.” O descontentamento ficou, assim, visível. Como forma de tentar eliminar a questão, António Costa à chegada da reunião do grupo parlamentar do PS mostrou-se compreensivo com a posição do Presidente da República e partilhou o aborrecimento.

“Sobre o facto de ter havido uma fuga de informação, só posso partilhar da mesma irritação do Presidente da República, porque todos sabemos que deve haver normas institucionais”, afirmou. “Os portugueses conhecem bem o senhor PR, conhecem-me bem e nós conhecemo-nos bem um ao outro: se há coisa que o senhor PR sabe é que a fuga não veio de mim, não veio do meu gabinete nem de ninguém que dependa de mim”.

António Costa aproveitou ainda a ocasião para reforçar que é um “institucionalista“, daí ter optado na altura por não confirmar os nomes que à altura ainda não haviam sido confirmados, como o de candidato a presidente da Assembleia da República e do futuro líder da bancada parlamentar do PS.

ZAP //

2 Comments

  1. Se não foi AC nem ninguém do seu Gabinete e se nenhum candidato a ministro sabia a composição do governo, então quem foi? Pelos vistos AC não ficou nada preocupado com a fuga de informação!

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