O anquilossauro era solitário, lento e surdo

(dr) Fabrizio De Rossi

Struthiosaurus austriacus

Uma equipa internacional de cientistas analisou a base cerebral de um dinossauro da Áustria e encontrou novos detalhes surpreendentes: o Struthiosaurus austriacus era lento e surdo.

Os anquilossauros, criaturas imponentes que podiam atingir os oito metros de comprimento, representam um grupo de dinossauros herbívoros cujos corpos são cobertos por placas ósseas e espinhos.

Enquanto a grande maioria dos dinossauros vivia em grupo, os anquilossauros preferiam uma vida solitária devido ao seu baixo sentido de audição.

Para este estudo, Marco Schade, da Universidade de Greifswald, Cathrin Pfaff, da Universidade de Viena, examinaram uma minúscula caixa craniana de 50 mm para revelar novos detalhes sobre a anatomia e estilo de vida do Struthiosaurus austriacus.

Com estes dados, foi possível aprender mais sobre o seu sentido de equilíbrio e audição, detalha o comunicado da universidade austríaca.

Depois de examinarem a caixa craniana com uma tomografia computadorizada de alta resolução com a qual produziram um molde tridimensional digital, os cientistas encontraram aquela que é, até ao momento, a lagena mais curta de um dinossauro.

A lagena é a parte do ouvido interno na qual ocorre a audição e o seu tamanho pode ajudar a inferir a capacidade auditiva de um animal.

Os investigadores descobriram ainda que o cérebro do Struthiosaurus era bastante semelhante ao dos seus parentes próximos. O flóculo, uma antiga parte evolucionária do cérebro, era muito pequeno e tinha um importante papel na fixação dos olhos durante os movimentos de todo corpo, especialmente cabeça e pescoço.

Este detalhe pode ter-lhe sido bastante útil se estivesse a tentar atingir um animal ou a proteger-se de um agressor.

“Comparado com o seu parente norte-americano Euoplocephalus, que tinha uma cauda de taco e um flóculo claro no molde cerebral, o Struthiosaurus astriacus pode ter confiado na sua armadura para proteção”, disse Marco Schade, em comunicado.

Juntamente com os detalhes da forma dos canais semicirculares do ouvido interno, esta descoberta sugere um estilo de vida excecionalmente lento para o herbívoro austríaco.

O estudo, que proporciona novos conhecimentos sobre a história evolutiva dos dinossauros, foi publicado este mês na Scientific Reports.

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