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André Ventura julgado por chamar “bandidos” a família do Bairro da Jamaica. Mas voltaria a fazê-lo

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Mário Cruz / Lusa

André Ventura

Esta segunda-feira, André Ventura foi ouvido em tribunal devido ao processo movido pela família do Bairro da Jamaica a quem o líder do Chega apelidou de “bandidagem”.

André Ventura é réu num processo cível por ofensas à honra e ao direito à imagem depois de ter exibido, num debate televisivo com Marcelo Rebelo de Sousa, uma fotografia da visita do Presidente da República ao Bairro da Jamaica, no Seixal.

Nela, era possível ver Marcelo com um grupo de habitantes daquele bairro, incluindo um membro que já tinha tido problemas com a Justiça, relacionados com desacatos e condução sob embriaguez, escreve o Público.

Durante o debate, Ventura aproveitou esse facto para sublinhar que o seu adversário tinha preferido ir ao bairro confraternizar com “bandidos” em vez de visitar os agentes policiais agredidos dias antes naquele lugar, acusando estas pessoas de terem vindo para Portugal “viver do Estado social”.

“Esta fotografia mostra tudo o que a minha direita não é. Nesta fotografia, o candidato Marcelo Rebelo de Sousa juntou-se com bandidos, um deles é um bandido verdadeiramente. (…) Porque esta fotografia que está aqui, (…) não foi tirada depois na esquadra de polícia, foi tirada só, entre aspas e vão-me desculpar a linguagem, à bandidagem“, referiu, na altura, o dirigente partidário.

“E, portanto, talvez seja aqui uma diferença entre nós: eu não tenho medo de ser politicamente incorreto, de lhes chamar os nomes que têm de ser chamados e dizer o que tem de ser dito. (…)”, acrescentou André Ventura.

Segundo o diário, a família Coxi, que aparece na fotografia, pede uma retratação pública de André Ventura. Além disso, caso o presidente do Chega seja condenado, a família quer que pague a publicação da sentença na comunicação social e que seja multado em 5.000 euros por cada vez que, no futuro, fizer este tipo de declarações.

Esta segunda-feira, questionado pela juíza do Palácio da Justiça sobre se estava arrependido, André Ventura respondeu que não queria ofender ninguém, mas, se fosse hoje, faria o mesmo.

“Não referi a cor da pele, nem a origem ou o estrato social” dos habitantes que surgem na fotografia “e deixei claro que só me estava a referir a uma das pessoas da imagem”, defendeu-se.

“Se eu fico feliz ou se gosto que as minhas palavras ofendessem qualquer das pessoas que estão aqui, não. Se voltaria a fazer o mesmo, faria“, salientou, citado pelo Observador.

André Ventura justificou o uso da imagem por questões políticas e recusou as acusações de racismo de que foi alvo.

Liliana Malainho, ZAP //

6 Comments

    • Zumba, Zumba… “da treta” é a tua literacia, senão saberias (como qualquer pessoa “normal”) que uma coisa é o julgamento, e outra coisa é a condenação!
      Como és o tipico apoiante do Ventura (com “limitações intelecuais”) vou tentar explicar: o Ventura está a ser julgado e, no fim do julgamento, será condenado ou absolvido!
      Espero que a explicação não seja muito complexa…

  1. Desta vez o Ventura tem toda a razão!!
    Se havia lá pelo menos um bandido cadastrado, então o que ele disse está completamente correcto!!
    Como também está correcta a crítica ao PR que visitou bandidos e não os agentes agredidos por bandidos!

  2. Os portugueses de “bem”, e os restantes, aguardam os comentários de indignação sobre o “bandido” presente ontem na audição parlamentar, a propósito do maior RSI de Portugal, e que todos vamos pagar.
    Não são necessários os gritos histéricos de “VERGONHA”, mas pelo menos um beicinho.

  3. Realmente o Ventura e a direita em Portugal incomodam muita gente. Gente demais, para ser normal. Vivemos ou não numa “democracia=ditadura de esquerdas??? Pobre do meu País. Só há liberdade para as esquerdas, Os das chamadas direitas têm de ser amordaçados ou serão julgados por dizerem o que pensam. E viva a democracia e liberdade dadas pelo 25 de Abril, mas… só para alguns… os de esquerda.Tristeza

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