André Silva já disse que não está disponível para voltar à direção do PAN, mas critica a atual porta-voz e exige que se demita.
O antigo porta-voz do Pessoas–Animais–Natureza (PAN) não está feliz com o rumo do partido. “Nos últimos sete meses, a partir do congresso, houve vários erros cometidos que são graves”, disse André Silva, em entrevista à SIC Notícias.
Apesar de admitir que quer contribuir “para ajudar o partido” a ganhar a “credibilidade e notoriedade que já teve”, André Silva voltou a salientar que não tem intenções de voltar a assumir um papel de liderança.
“O papel que posso ter no PAN é, como qualquer ex-dirigente, no abstrato, em fóruns de discussão, em apoiar o PAN de diversas maneiras, em dar a cara de alguma forma”, afirmou.
Ainda assim, sentiu que era o momento de quebrar o silêncio e não se coibiu de lançar duras críticas a Inês Sousa Real, atual porta-voz do PAN.
“É por demais evidente [que Inês Sousa Real deve demitir-se]. Alguém que está à frente de um partido que tem os resultados que teve nas autárquicas e não assume as responsabilidades. A única saída digna e ética seria colocar o lugar à disposição e demitir-se, depois decidiria se se recandidataria”, atirou.
“A única forma de demonstrar desapego e humildade seria demitir-se e convocar Congresso”, acrescentou ainda o antigo dirigente partidário.
Questionado sobre se se enganou quando defendeu a solução Inês Sousa Real para a liderança do PAN, André Silva respondeu que “ninguém estava à espera que, em sete meses, fossem cometidos todos estes erros políticos”.
“Desde que saí mantive-me em silêncio para não prejudicar o partido. Foram tantos os erros cometidos. Desbarataram e puseram o partido na lama completamente descredibilizado. Não havendo um horizonte eleitoral penso que é meu dever ter uma palavra pública”, sublinhou.
O antigo porta-voz insistiu na necessidade de convocar um Congresso e, sobre a decisão da Comissão Política Nacional, que chumbou a proposta para a realização de um congresso eletivo extraordinário, disse que é “atirar areia para os olhos dos filiados”.
Esta segunda-feira, dez membros da Comissão Política Nacional do PAN anunciaram a sua demissão na sequência desta decisão.
Entre eles está o ex-deputado Nelson Silva, o deputado no Parlamento Açoriano Pedro Neves e o porta-voz do PAN na Madeira Joaquim de Sousa. Em comunicado, os dirigentes demissionários queixaram-se da “total asfixia democrática interna”.
“Estamos perfeitamente legitimados”
Inês Sousa Real recusa “entregar de bandeja” partido a pessoas que defendem uma agenda pessoal própria.
“Há aqui dois projetos e duas visões distintas. Há quem esteja comprometido com o partido e as causas que o partido representa e quem esteja claramente a representar uma agenda própria e pessoal. Não nos revemos nesta forma de fazer política, não é isto que os nossos eleitores, filiados e acima de tudo, não é isso que os animais esperam daquilo que é o partido único na Assembleia da República que tem representado os seus interesses”, atirou.
Se a cabeça de lista por Lisboa abandonasse o hemiciclo, tal permitir a Nelson Silva, um dos membros demissionários, sentar-se no Parlamento.
“Se querem, de facto, deitar uma direção abaixo para conseguirem ficar com o lugar na Assembleia da República e também uma nova direção, lamento. Esta direção tem sete meses de existência, estamos perfeitamente legitimados por aquela que foi a nossa eleição democrática, mais ninguém se apresentou a eleições em junho”, afirmou, em declarações à Rádio Observador.
“Os resultados não surgem do dia para a noite. Implicam trabalho e é esse o compromisso desta direção, trabalhar ouvir as pessoas. Em função da auscultação logo convocaremos ou não um congresso eletivo”, acrescentou.
E que tal dar direito a voto a animais domésticos para ver se salvamos este partido?ddd
André Silva abandonou voluntariamente a direção do PAN para ir mudar fraldas ao filho. O que é uma troca perfeitamente legítima. Mas então agora só tem de se calar e deixar o PAN resolver os seus problemas. Que nem sequer se resolvem pela troca de porta-voz. Com todos os seus defeitos, Inês de Sousa Real é perfeitamente capaz de dirigir o PAN. O partido precisa de afinar a sua estratégia e de ser um pouco mais imaginativo, mas a perda de três deputados deve-se apenas ao mesmo fenómeno que levou o BE a perder 14 dos seus deputados, e o PCP seis. Foi a opção pelo voto no PS para impedir que o país ficasse ingovernável por causa dos estados de alma do BE e do PCP. Aconselho André Silva e a ir fazer mais uns filhotes, o que até podia ajudar a resolver a crise demográfica do nosso país.
Proibir a caça, a pesca desportiva, as touradas e aumentar os impostos… Admirado fiquei em elegerem, mesmo assim, uma deputada! Muito democrático! Não foi com o meu voto!
Quanto à pesca desportiva, tenho as minhas dúvidas, mas uma pessoa civilizada não pode concordar com a morte de animais por desporto, ou os maus tratos a touros para divertimento dos espectadores das touradas. Quanto aos impostos, como é que se podem resolver os problemas do SNS ou da justiça sem mais dinheiro? E mais dinheiro vem de onde?…
Vem de justiça social! Vem do PIB, se a economia crescer! Vem do combate à evasão fiscal, à corrupção, à criação de emprego e eliminação de subsídios para quem pode trabalhar… é moralmente justo!
E matar animais? Ninguém come nenhum animal vivo, certo?
E as plantas não são seres vivos? Porque matar os legumes? Têm direito à vida…
Vivemos tempos estranhos…