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Americanos enfrentam tempestade histórica

A cidade de Nova Iorque ficou paralisada na noite e madrugada de hoje devido a uma forte tempestade de neve que se estendeu ao nordeste dos Estados Unidos e que obrigou à adopção de “medidas extremas” pelas autoridades.

Segundo as autoridades, citadas por agências noticiosas internacionais, desde as 23:00 locais (04:00 em Lisboa), pontes, túneis e estradas foram encerradas, sendo apenas permitida a circulação de viaturas de emergência, como ambulâncias, carros de polícia e limpa-neves.

À mesma hora foi suspenso o funcionamento do Metropolitano de Nova Iorque, que opera 24 horas e transporta diariamente cerca de seis milhões de passageiros, bem como os demais serviços de transporte público, como autocarros, impedindo os nova-iorquinos de se deslocarem na cidade sem ser a pé.

Mais de cinco mil voos foram cancelados esta segunda-feira nos Estados Unidos devido à tempestade de neve Juno, que já obrigou os governadores dos Estados de Nova Iorque e Nova Jersey a declarar o estado de emergência.

Segundo as autoridades, 50 por cento dos voos previstos para o aeroporto John F. Kennedy, em Nova Iorque, foram cancelados e o aeroporto de Boston cancelou os voos previstos desde hoje até quarta-feira.

O site de rastreio de voos em tempo real flightaware.com refere que 5.830 voos foram cancelados entre segunda e terça-feira.

A tempestade de neve, que começou a formar-se ao longo de segunda-feira e que ganhou intensidade pouco antes da meia-noite, está a afectar diversas localidades, abrangendo cerca de 29 milhões de habitantes, incluindo os da cidade de Nova Iorque, a mais populosa do país.

Prevêem-se ventos de até 40 quilómetros por hora, com rajadas superiores a cem quilómetros, o que, segundo os técnicos, irá provocar uma sensação de frio muito superior à da temperatura real, que na noite e madrugada de hoje se situou nos três graus negativos na cidade de Nova Iorque.

Apesar da tempestade, não está previsto que sejam afectadas as operações na bolsa de Wall Street, que funcionará normalmente.

A última vez que o mercado bolsista de Nova Iorque deixou de operar devido a uma tempestade de neve foi em 1969, num nevão com uma dimensão menor do que o de agora, mas numa altura em que o desenvolvimento tecnológico estava muito longe do actual.

Estado de Emergência

Os governadores de Nova Iorque e de Nova Jersey declararam o estado de emergência e pediram às pessoas para saírem do trabalho mais cedo, decidindo também o encerramento de algumas estradas.

O serviço nacional de meteorologia norte-americano tem feito alertas desde Nova Jersey até à fronteira com o Canadá, incluindo Nova Iorque e Boston.

Para Nova Iorque, densamente povoada e muito dependente dos sistemas de transporte público e de ruas sempre cheias de gente, as previsões revestem-se de outra dimensão, sublinhou o presidente da Câmara local, referindo que “vai ser muito, mas muito difícil andar na rua”.

“Pode ser uma questão de vida ou de morte e não se está a dramatizar. Por isso, é pedida precaução”, afirmou o governador do Estado de Nova Iorque, Andrew Cuomo.

No domingo, o mayor de Nova Iorque, Bill de Blasio, considerou que a tempestade de neve Juno poderá ser uma das maiores da história da cidade.

“A minha mensagem para todos os nova-iorquinos é de que se preparem para uma coisa pior do que aquilo que já viram antes. Não subestimem a tempestade”, alertou Bill de Blasio.

O Presidente norte-americano, Barack Obama, que se encontra em visita oficial à India, tem estado a ser informado sobre a situação.

“Muitas estradas vão ficar intransitáveis, fortes ventos podem derrubar árvores e postes de electricidade”, avisou também o serviço de meteorologia norte-americano, que pediu às pessoas para evitarem viagens desnecessárias.

A paralisação de muitas actividades na cidade afectou também a sede das Nações Unidas, cujos serviços suspenderam reuniões programadas para a tarde de segunda-feira e o dia de hoje, incluindo uma por ocasião do holocausto e uma outra entre a ministra da Agricultura e do Mar portuguesa, Assunção Cristas, com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

ZAP / Lusa

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