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Amazónia é sinónimo de biodiversidade, mas também de fome e pobreza

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Apesar de viverem num dos ecossistemas com mais biodiversidade do mundo, muitos habitantes da Amazónia vivem em situação de pobreza e chegam a passar fome.

Alguns destes habitantes vivem isolados junto às margens dos rios, sendo conhecidos por povos ribeirinhos, e por isso têm na pesca artesanal a sua principal atividade. É o caso do grupo que vive junto ao rio Purus, que tem uma das maiores variações anuais nos níveis de água do planeta.

Isto faz com que este povo se tenha de adaptar aos períodos das chuvas. Durante a estação das cheias, por exemplo, grandes áreas da floresta ficam submersas, dispersando peixes de difícil captura.

De acordo com o site IFLScience, uma equipa internacional de cientistas entrevistou residentes de mais de 550 famílias em 22 comunidades, espalhadas por uma distância de mais de 1200 quilómetros ao longo do rio.

Durante o período das cheias, as taxas de captura de peixe foram 73% menores e a probabilidade destas famílias não comerem durante um dia inteiro foi quatro vezes maior, de acordo com os resultados publicados na revista científica British Ecological Society.

Pelo menos um terço das famílias disse ter de saltar refeições, enquanto uma em cada seis diz que pode passar o dia inteiro sem comer. Tais variações sazonais podem explicar, em parte, porque é que a desnutrição e os seus impactos na saúde ao longo da vida são vistos entre muitos grupos da Amazónia, sobretudo grávidas e crianças.

“As conclusões deste estudo indicam que podemos estar a negligenciar a instabilidade alimentar em zonas no mundo onde as pessoas dependem da vida selvagem para comer. Esta instabilidade é potencialmente muito comum e perigosa para a saúde humana”, afirma em comunicado o autor principal do estudo, Daniel Tregidgo, investigador da Universidade Federal de Lavras e da Universidade de Lancaster.

ZAP //

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