Amazon proíbe venda da maioria das edições de Mein Kampf, de Adolf Hitler

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Mohd Fazlin Mohd Effendy Ooi / Flickr

Mein Kampf, de Adolf Hitler

A Amazon proibiu a venda da maior parte das edições de “Mein Kampf”, obra de Adolf Hitler, e de outros livros de propaganda nazi, depois de décadas de campanha por parte de instituições de caridade orientadas para o Holocausto.

Segundo avançou o Guardian, as livrarias foram informadas nos últimos dias de que não seriam mais autorizadas a vender várias obras de autores nazi no ‘site’ da Amazon, incluindo a autobiográfica de Hitler e os livros infantis projetados para espalhar entre crianças ideias antissemitas.

Num e-mail a que o Guardian teve acesso, a empresa informou que as cópias em segunda mão de “Mein Kampf” não podiam mais ser vendidas, uma vez que violam o código de conduta do ‘site’. Esta proibição afeta as principais edições do livro, lançadas por editoras como a Random House, com sede em Londres, e a indiana Jaico.

As principais instituições de caridade educacionais orientadas para o Holocausto, bem como grupos judaicos, têm feito campanhas desde o final dos anos 90 para impedir a Amazon de vender cópias de “Mein Kampf”.

Contudo, até agora, a empresa defendia o direito à liberdade de expressão e a necessidade de os alunos entenderem o pensamento de Hitler. A maioria das publicações nazis está facilmente disponível para ‘download’ gratuito noutros sites.

Dezenas de edições digitais mais acessíveis do livro foram também excluídas das listas da Amazon, junto com a página de autor da Hitler. As várias edições desta obra receberam milhares de avaliações no ‘site’ da empresa, com muitas pessoas a classificar o livro com cinco estrelas.

Lainmoon / Flickr

“Mein Kampf”, escrito por Adolf Hitler em 1925, lançou as bases da ideologia nazi.

Outras publicações nazis, incluindo o livro infantil “The Poisonous Mushroom”, escrito pelo editor Julius Streicher – executado por crimes contra a humanidade depois de publicar o jornal Nazi Der Stürmer -, também foram removidas das listas da Amazon.

Até recentemente, os clientes que procuravam o “The Mongrel de Streicher” podiam comprar o guia infantil ilustrado sobre a “questão judaica” por 7,61 libras (cerca de 8,38 euros). O livro descreve-se como uma “dúzia de histórias sobre animais perigosos, cada uma seguida de uma comparação desagradável com os judeus”.

A Amazon não comentou o que a levou a mudar de ideia sobre o assunto, mas uma intervenção recente da instituição de caridade Holocaust Educational Trust para remoção dessas obras recebeu o apoio dos principais políticos britânicos.

No mês passado, a Amazon reconheceu as preocupações da instituição, afirmando que a empresa estava “atenta à censura de livros ao longo da História”, mas estava que levava em consideração “as preocupações da Holocaust Educational Trust”.

Nos últimos meses, a Amazon proibiu a venda de vários outros livros de extrema direita, embora as suas políticas não sejam claras. Atualmente, algumas edições académicas de “Mein Kampf” permanecem disponíveis na livraria da Amazon, no Reino Unido.

ZAP //

5 Comments

  1. Espero que tenham a decência de também retirar O livro Vermelho e o O Capital.
    Ou já se esqueceram de que o Comunismo foi comparado (embora com muitos mais milhões de vítimas) ao nazismo…?

      • Bem respondido, é incrível como a desonestidade intelectual daquela criatura, como tantas outras, insiste na estupidez, O capital é um livro que em doutrina não incita a matar ninguém, o Mein Keimpf é odioso , sei pq o tenho e já li!. Ele não enfoca o Cristianismo, O massacre dos aborigenes pelos australianos que tb foram milhões, etc etc, só atrasados mentais

      • Pode ser só ignorância misturada com estupidez e “conhecimento” de Facebook!…
        .
        Para mim, bem pior do que O Capital, é a Bíblia!..

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