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Alunos do ensino profissional vão poder entrar no ensino superior sem exames nacionais

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Os estudantes que terminem um curso profissional ou artístico terão melhores condições de acesso ao ensino superior já no próximo ano.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, anunciou esta quarta-feira que os alunos que terminem um curso profissional ou artístico terão melhores condições de acesso à faculdade. A proposta do Governo é que estes estudantes passem a poder entrar no ensino superior sem terem de realizar os exames nacionais.

O Público teve acesso ao projeto de decreto-lei e avança que deverá ser criado um concurso especial, a que podem concorrer os estudantes de cursos profissionais, cursos artísticos especializados, de aprendizagem, de educação e formação para jovens e da rede de escolas do Turismo de Portugal.

Esta é uma via alternativa que, em vez de exames, implica provas específicas (teóricas ou práticas) feitas pelas instituições de ensino superior a que os alunos se candidatem. Cada universidade é que vai decidir se quer ou não abrir esta via de acesso especial.

À TSF, Manuel Heitor disse que “foi gerado um consenso entre todas as instituições, no âmbito da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, para já entrar em vigor no próximo ano letivo“. “Estamos a ultimar a discussão e a aprovação dos termos legais, em sede do Governo, para ainda, de uma forma atempada, garantir que as instituições estão aptas a atrair mais estudantes do ensino profissional.”

“Este é um passo muito importante que estamos a dar no combate às desigualdades de acesso ao ensino superior”, sublinhou o ministro. Ainda assim, os estudantes do ensino profissional podem também continuar a concorrer ao concurso nacional de acesso, tendo, para isso, que fazer os exames nacionais.

ZAP //

23 Comments

  1. Oh! Muito boa medida – muito inteligente !
    Não façam provas de acesso e já agora – ainda mais inteligente – dêem-lhes o diploma do curso superior para a mão , mesmo sem frequentar aulas e fazer provas …
    O país tem estes decidires muito inteligentes ….

  2. Se a ideia é tornar o acesso ao ensino superior mais justo, pelas vias profissionalizantes, foi uma excelene ideia a deixar que as Universidades façam as suas provas de acesso, “assim cada uma tera a sua” 🙂 que não se poderão comparar entre si, e nem sequer é comporavel se o nivel de conhecimentos/competencias não serão maiores que a proprio via ensino.. Well DONE :D:D:D

    • Até as instituições superiores começarem a vender as provas de acesso aos escolhidos…lolololol.
      Confiar na honestidade das instituições superiores é borrada…está tudo cheio de cunhas e maçons…
      PALHAÇADA…lol

  3. Parece-me uma medida acertada, que espero que entre em vigor ainda este ano lectivo, já que esteve prevista no ano passado e acabou por não entrar em vigor.
    Não se trata de uma falta de rigor, mas sim de aplicar um critério justo de avaliação às competências que foram ministradas no curso que estes alunos frequentaram.
    Assim irá incentivar-se mais alguns alunos a seguir uma via profissionalizante e potenciar o aumento de profissionais qualificados e que não pretendem competir com doutores, advogados e engenheiros.
    Com os melhores cumprimentos.

  4. Como é que o ministro se lembra de “combater as desigualdades de acesso ao ensino superior”? Criando um sistema de acesso desigual!
    Cabecinha pensadoira…

    • O ensino profissional é mais exigente a nível técnico e, infelizmente, sem bases para conseguir aceder ao ensino superior. O que acontece é que quase toda a gente, do ensino profissional, abandonava logo no término do curso. Isto gera problemas como: Perda de talento, falta de educação e formação, etc.
      O aluno do cientifico vai bastante preparado para ingressar no ensino superior. Já teve 3 anos de disciplinas específicas que lhe permite concorrer. Já o aluno do ensino profissional, teve também específicas embora menos aprofundadas (sim, a matéria é quase a mesma) e ainda para mais teve as técnicas. O aluno de profissional concluí o curso com nível 4 do quadro de qualificações e o do cientifico nível 3. Não faz sentido o aluno do profissional ter que concorrer no mesmo concurso que o do científico. Até porque teve programas totalmente diferentes.
      Esta Lei permite criar um concurso especial de acesso, assim como já existe para Maiores de 23 por exemplo, com vagas dedicadas, ou seja não é roubado do concurso nacional de acesso, com exames e provas a serem determinas pela faculdade, como no maiores de 23.
      Isto permite igualar os dois lados. O lado de 3 anos de unicamente estudo às específicas e outro lado de trabalho intenso + estudo de algumas áreas específicas (FQ, MAT, PT, …) superficialmente + 2 estágios de 400 horas + tese final.
      Os que apenas estudaram teoria fazem exames de teoria. Os que estudaram e trabalharam fazem exames pela faculdade que ache necessário para realizar o curso.

  5. so vejo aqui comentários de malta que nem sabe do que fala, caso nao saibam, ja ha metodos de acesso sem fazer exames nacionais à muito tempo, os maiores de 23 nao fazem exame nacional, nem os alunos internacionais e mais uns quantos.. é sim um método de combater à desigualdade, visto que um aluno do profissional tinha quase sempre de fazer um exame a uma disciplina que nunca teve…é até triste que so em 2020 é que se lembraram de criar algo assim, visto que o sistema estava mal feito para os alunos do profissional, por outro lado tb é mais que obvio que o objetivo é obter mais dinheiro com mais alunos no ensino superior, e antes de falarem, informem se sfv

  6. Até as instituições superiores começarem a vender as provas de acesso aos escolhidos…lolololol.
    Confiar na honestidade das instituições superiores é borrada…está tudo cheio de cunhas e maçons…
    PALHAÇADA…lol

  7. A medida preza pela excelência.
    O país precisa de prática e de técnica.
    Os exames nacionais apenas reflectem teorias totalmente desajustadas da prática. Os jovens estudam durante anos a fio, os lusíadas, o Auto da Barca do Inferno e obras afins, o que pode ser importante, mas um semestre bastaria para um estudo completo, agora começar no 8º ano e só terminar no 12º ano, é declarar que não existem conteúdos mais pertinentes e úteis a ser ministrados, para já não referir os processos fonológicos da evolução da língua, em que ficam a saber como se escrevia no sec XVI, mas sem saber escrever correctamente na língua actual e chegam à faculdade a dar erros ortográficos gritantes. Isto sim é obsoleto e os exames nacionais são o reflexo disto e são sobre isto que incidem.
    O ensino profissional e prático é o futuro que importa expandir, Camões é uma referencia a importante a conhecer, mas não para empacotar 5 anos da disciplina de língua portuguesas, é pura falta de visão e incompetência para a construção de futuros profissionais com maturidade pratica e não pessoas meramente teóricas e lunáticos.
    Por conseguinte merecem aplauso, medidas que premeiam a chegada ao ensino superior de pessoas com conhecimentos práticos e não enciclopédias andantes, esses podem ir para investigação, também são muito úteis.

    • Parece-me bem e com toda a lógica tudo o que disse Maria. Entretanto parece-me há aqui muita gente que só está bem do lado do contra, devem ser as tais “enciclopédias andantes”,. Concordo consigo.

    • Engraçado que a Maria está aí a arrotar postas de pescada mas não é propriamente uma toalha imaculada no que toca ao Português. Vejamos:
      – Cita essa obra maior da língua portuguesa com “l” minúsculo, os lusíadas. Nunca tal tinha visto antes. Bem sei que o seu comentário pretende “desvalorizar” a obra e o seu autor nos conteúdos programáticos mas…
      – Depois aparenta desconhecer que há um acordo ortográfico em vigor e que este não é propriamente opcional.
      – Referencia e pratica levam acentos… mesmo antes do novo acordo!

  8. E o estilo socrático de distribuir diplomas a torto e a direito. Caminhamos para a choça com esta corja governativa que está a pôr o país de pantanas.

  9. Mas o ensino profissional serve para quê? Para entrar na faculdade!!!!! Estão-se a dar competências especializadas para quê, isto é lindo.

  10. Qual a necessidade de acesso especial?
    Existia o ensino secundário industrial e o comercial com o qual acabaram há décadas. Tinha ótimas oficinas, bons mestres e professores exigentes. Para além das disciplinas habituais: matemática, português, inglês, francês, física, história, etc. tínhamos as disciplinas da especialidade, no meu caso orientadas para a eletricidade, incluindo oficinas. Não havia facilitismos!
    Eu, que frequentei o ensino industrial, aos 15/16 anos, ao terminar do curso geral de eletricidade (9º ano), já sabia alguma coisa e poderia ter ido trabalhar como eletricista. Mais dois anos de curso complementar de radiotecnia (10º e 11º), seguido do ano propedêutico (equivalente ao atual 12º ano) e concorri ao ensino superior como os que vinham do liceu (exames iguais viesse-se de onde se viesse). Entrei para engenharia. Caso não tivesse progredido para o superior já tinha as “ferramentas” necessárias a uma profissão técnica.
    Volto a perguntar: Qual a razão da necessidade de acesso especial para estes casos se o ensino profissionalizante for de boa qualidade?
    Deveriam dar era melhores condições para que os bons alunos pudessem progredir sem problemas: bolsas, livros, isenção de propinas, apoios, etc, não era agora com mais facilitismos!
    Com algumas instituições do interior a debaterem-se com sérias dificuldades económicas mais alunos será interessante para elas mas deixar os exames aos critérios de cada uma… além de que, por exemplo, para engenharia, se não souberem matemática, física (em alguns casos), português e inglês vão fazer o quê para o ensino superior?

    • Talvez o melhor comentário que li da notícia.
      Sr. Vítor tudo o que disse é verdade; de facto basta-se descomplicar o sistema, cortar nos facilitismos e dar apoio a quem tem mérito.
      Eu terminei o secundário num curso profissional e no 12°ano saiu uma legislação que afirmava que os alunos do profissional tinham que realizar exames específicos para se candidatarem. Eu já tinha feito no 11° aqueles que precisava… mas pronto, mãos à obra! Em meio ano preparei-me e lá fiz os exigidos com os meus colegas dos científico-humanisticos. Passei com boas notas e estou agora no ensino superior a acabar o meu mestrado e a preparar o meu estágio.
      No que toca ao mau comportamento dos alunos profissionais foi algo que de facto se comprovou! Eles eram horríveis e nem eu podia com eles, por isso preferia passar o tempo com outras turmas dos cursos normais. No entanto, e fazendo de advogado do diabo, as matérias das disciplinas gerais (aquelas tangentes a todos os cursos – matemática, português, inglês, história…) não tinham o mesmo nível de exigência que as de ciências e humanidades – algo que as disciplinas técnicas também não colmatavam, pois também eram fáceis…
      Se o nível de exigência e disciplina fosse o mesmo e não houvesse facilitismo a passar de ano havíamos de ver como era.
      No que toca aos exames (e independentemente do curso secundário) fizessem apenas os requeridos pela universidade para aceder a um determinado curso.
      Muito mais prático, fácil e eficiente.

  11. Tenho o meu filho num curso profissional de agropecuária pois pretende entrar em engenharia agropecuária, será lógico concorrer com exames a disciplinas que não teve? Ele não ficará melhor preparado para entrar nesse curso? Mesmo que tivesse de concorrer com os mesmos exames foi uma boa opção pois faz o que gosta e pela primeira vez dá sentido ir para a escola. Tenho pena que continuem a considerar os profissionais apenas como alternativa para os que não estudam e a estigmatizar os seus alunos como tal. Devia ser uma alternativa de formação vocacional. Prefiro ver o meu filho feliz com um trator nas mãos do que ser um médico infeliz.

  12. Como referi antes, há décadas atrás eu fiz aquilo que na altura se denominava a “escola industrial”. Como referi tinhamos disciplinas como os alunos do “liceu” e tinhamos ainda as da especialidade que tínhamos escolhido. No meu caso, como frequentava o curso geral de eletricidade (do 7º ao 9º ano atuais) eram as de eletricidade, desenho, etc. Depois fiz o curso complementar de radiotecnia (10º e 11º anos atuais). Fiz o propedêutico (12º ano) como todos os que queriam ir para o superior, fiz os exames nacionais e … entrei no superior como qualquer outro proveniente de qualquer tipo de ensino, apenas com muitos mais conhecimento de electricidade e electrónica que me ajudaram bastante nos primeiros anos no superior. Não tive problemas a progredir para o superior, nem limitações, estigmas ou facilitismos por vir de uma escola “industrial”. E mais, estava apto para exercer uma profissão caso não progredisse no superior.
    Facilitismos são bons para as estatísticas e para mais votos nas eleições, mas dúvido que o sejam para quem deles benefícia e para o país a médio/longo prazo.
    Isto além de estarem a contribuir para criar cidadãos que, mesmo que sejam muito bons no que façam, nunca se irão livrar das “bocas” de que só conseguiram ser o que são devido a terem tido a vida facilitada. O que me parece injusto e desnecessário!

    Nota: Sou totalmente a favor da existência de ensino profissional, mas sem facilitismos desnecessários e nos moldes das antigas escolas industriais e comerciais. Permitiria aos jovens terem conhecimentos para exercerem uma profissão aos 16 anos, melhores ainda aos 18 anos e poderem, sem facilitismos ou estigmas, progredirem em pé de igualdade com os do ensino secundário não profissional para o ensino superior.

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