Alunos de mestrado querem alargar prazos gratuitos para entregar teses, mas universidades recusam

Rodrigo Antunes / Lusa

Apesar dos apelos de alunos de mestrado de que o confinamento limitou o acesso a bibliotecas e arquivos precisos para a pesquisa para as teses, as universidades não parecem estar disponíveis para alargar os prazos gratuitamente.

Muitos alunos de mestrado estão a queixar-se na não prorrogação gratuita dos prazos de entrega das teses em várias universidades, ao contrário do que aconteceu no ano passado.

Os estudantes apontam o segundo confinamento e as consequentes restrições na circulação e no acesso a bibliotecas e arquivos necessários para a elaboração das teses como razões que justificam o prolongamento, segundo noticia o DN.

João Matos, estudante de mestrado em História na Universidade de Évora, está a liderar as conversas do departamento com a reitoria, mas até agora ainda não houve nenhuma decisão. O prazo regulamentar para entrega das dissertações finais termina em Outubro e para a extensão, é preciso pagar propinas outra vez.

O aluno dá o exemplo dos alunos de Arqueologia, que viram muitas das escavações que tinham planeadas canceladas. O problema é o mesmo para estudantes de outros cursos que precisem de visitar museus ou bibliotecas na pesquisa para as teses.

Catarina Santos é estudante de mestrado de História Contemporânea na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa e conta ao DN que está muito mais limitada na pesquisa e que a faculdade sabe disso.

A única extensão oferecida pela universidade é o adiamento da entrega de 31 de Setembro para 31 de Novembro. “Posso sempre pagar mais cerca de 100 euros para ter mais 30 dias úteis e, depois disso, se quiser prolongar a minha dissertação tenho de pagar mais um semestre, que custa à volta de 600 euros”, revela Catarina Santos ao DN.

Há disparidades nos critérios aplicados dependendo das instituições. No caso da Universidade do Algarve, o alargamento gratuito dos prazos que foi feito no ano passado manteve-se. Os alunos têm de explicar a situação e incluir um parecer do professor orientador e caso o pedido seja concedido, podem entregar a tese entre 3 de Janeiro e 31 de Março de 2022 sem ter de pagar mais propinas.

Recorde-se que uma proposta do PCP no Orçamento de Estado de 2021 garantiu o alargamento dos prazos de entrega de teses de mestrado e doutoramento até ao fim do ano lectivo 2020-2021.

AP, ZAP //

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