Os turistas oriundos de Portugal não vão ser autorizados a entrar na África do Sul, quando o país africano reabrir as fronteiras internacionais na quinta-feira, anunciou esta quarta-feira o ministro do Interior sul-africano.
Portugal consta de uma lista de 57 países identificados por Pretória como sendo de “alto risco” de covid-19, referiu o ministro Aeron Motsoaledi, em conferência de imprensa conjunta com outros membros do executivo sul-africano.
No entanto, o governante adiantou que o executivo irá permitir o acesso a visitantes em negócios, investidores e académicos, mediante certos requisitos.
Todos os visitantes oriundos do continente africano serão também autorizados a entrar no país, mediante apresentação de um teste válido de covid-19 negativo e cumprimento de certos requisitos, foi anunciado.
Motsoaledi sublinhou que os vistos que expiraram durante o confinamento da covid-19 serão considerados válidos até 31 de janeiro de 2021, salientando que “as medidas de restrição serão revistas a cada duas semanas”.
Na lista de países “alto risco” enumerados pelo ministro sul-africano, contam-se também o Brasil, Rússia, Suíça, Reino Unido, Holanda, Qatar, Estados Unidos da América, França, Índia, Israel e Venezuela. As autoridades sul-africanas consideraram a China como país de “baixo risco” devido ao “declínio do número de infeções” de covid-19.
Anteriormente, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Naledi Pandor, referiu aos jornalistas que os turistas de países de alto risco – definidos como sendo aqueles com taxas de infeção ou mortalidade mais altas do que a África do Sul – seriam proibidos de entrar no país. A ministra indicou que “à chegada ao país, os visitantes devem apresentar um teste ‘PCR’ de covid-19, certificado por uma autoridade médica do país de embarque e válido por menos de 72 horas”.
A chefe da diplomacia sul-africana avançou que será também obrigatório a apresentação de um seguro de viagem que “salvaguarde a realização do teste de covid-19 à chegada ao país assim como os custos de quarentena, caso necessário”.
Preenchimento de questionário de Saúde
As autoridades sul-africanas vão requer ainda o preenchimento de um questionário de Saúde antes do embarque ou à chegada ao país e o uso de máscara “obrigatório”.
Em caso de não apresentação de teste válido de covid-19 de até 72 horas, referiu a ministra Naledi Pandor, “será obrigatório o cumprimento de um período de quarentena de 10 dias pago pelo próprio”, à chegada ao país.
Segundo as autoridades sul-africanas, será também da responsabilidade da companhia área o embarque de passageiros com teste válido de covid-19.
Apenas três dos aeroportos internacionais – OR Tambo, em Joanesburgo, King Shaka International, em Durban, e Cape Town International, Cidade do Cabo –, foram identificados para a entrada de visitantes estrangeiros no país.
Relativamente à atividade portuária, a África do Sul anunciou a reabertura de todos os portos de mar comerciais, incluindo Mossel Bay e Saldanha Bay, sudeste do país, além de “18 fronteiras, que se encontravam parcialmente operacionais”. “Os 35 postos de fronteira que se encontravam encerrados vão permanecer encerrados”, frisou Naledi Pandor.
Por seu lado, o ministro dos Transportes, Fikile Mbalula, disse que os veículos de serviços de transporte rodoviário transfronteiriço “devem ser higienizados” e os motoristas e operadores “devem usar máscaras e higienizar”. “Não será permitida a entrada [no país] se os operadores não usarem máscara”, declarou Mbalula.
De acordo com as novas regras anunciadas hoje pelo Governo sul-africano, os camionistas de longo curso também devem apresentar resultados negativos da covid-19 na partida e à chegada à África do Sul sendo que “os resultados permanecerão válidos por um período de 14 dias após o primeiro movimento”.
A África do Sul anunciou esta quarta-feira 903 novos casos de infeção elevando para 672.572 o número de total de infeções de covid-19 no país. A doença pandémica respiratória, que é provocada pelo novo coronavírus, já causou 16.667 mortos desde 27 de março, segundo as autoridades da saúde sul-africanas.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 33,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência AFP.
// Lusa