Braço direito de Navalny agredido à martelada na Lituânia

Wikimedia Commons

Leonid Volkov

Foi “uma saudação gangster óbvia e típica de Putin, da bandida São Petersburgo”, disse Leonid Volkov, aliado de longa data do falecido líder da oposição russa. Lituânia promete justiça.

Aliado de longa data e considerado o braço direito do falecido líder da oposição russa, Alexei Navalny, foi atacado à porta de sua casa, na Lituânia.

Leonid Volkov disse que o seu braço foi partido e a sua perna atingida 15 vezes com um martelo. O suposto agressor é desconhecido, mas o opositor do Kremlin acredita que o ataque foi politicamente motivado.

Foi “uma saudação gangster óbvia e típica de Putin, da bandida São Petersburgo”, disse, sem avançar mais detalhes sobre o alegado atacante.

A polícia iniciou uma investigação sobre o ataque, que teve lugar quando o ativista chegou em casa, em Vilnius, no seu carro.

“Foram avançadas várias teorias, e quando tudo estiver mais claro, poderemos fornecer mais informações”, avançou o subcomissário da polícia, Saulijus Tamulevicius, à rádio LRT, citado pela BBC.

Outro membro da equipe de Navalny, Ivan Zhdanov, partilhou fotos nas redes sociais em que Volkov aparecia com a perna inferior esquerda ensanguentada e hematomas na cabeça.

Questionado se o agressor tinha dito alguma coisa, Zhdanov disse que “tudo aconteceu em silêncio… claro que é um ataque político, não há dúvida aqui.”

A esposa de Volkov, que também faz parte da equipa de Navalny, disse que o seu marido tinha voltado para casa do hospital com um braço partido e que este estava incapaz de andar devido aos golpes de martelo na perna. “Todos nós trabalharemos ainda mais. E com ainda maior raiva”, postou Anna Biryukova no X.

Volkov, de 43 anos, vive fora da Rússia há alguns anos por temer pela própria segurança. Serviu como chefe de gabinete de Navalny até o líder da oposição morrer subitamente na prisão no Ártico russo no mês passado e, tal como Navalny, também enfrenta várias acusações politicamente motivadas na Rússia.

O braço direito do falecido líder da oposição foi presidente da Fundação Anti-Corrupção de Navalny até ao ano passado, antes de renunciar após a revelação de que tinha assinado cartas em que pedia à UE para “deitar fora” algumas sanções contra a Rússia.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, disse que os “perpetradores terão de responder pelo seu crime”.

Num vídeo partilhado nas redes sociais no seu regresso a casa, Volkov, com o braço claramente ferido, revelou que o seu atacante tinha usado um martelo e “literalmente queria fazer um schnitzel de mim“., mas garantiu: o ataque não vai travar o seu ativismo político, instando os russos a dirigirem-se às assembleias de voto nas eleições agendadas para esta sexta-feira, 15 de março, e que decorrem até domingo, dia 17.

ZAP //

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