Um grupo de investigadores criou um algoritmo de Inteligência Artificial (IA) que pode identificar disfunções cerebrais subtis que causam convulsões epiléticas.
No projeto, liderado pela University College London, os especialistas analisaram imagens obtidas a partir de ressonâncias magnéticas de pacientes de 22 centros internacionais, de forma a criar um algoritmo que detete disfunções em casos de displasia cortical focal (DCF), uma das principais causas de epilepsia.
Designado Multicentre Epilepsy Lesion Detection (MELD), o algoritmo deteta as DCF, regiões do cérebro que se desenvolveram de forma anormal e que, muitas vezes, causam epilepsia resistente a medicamentos, noticiou o Sci Tech Daily.
Embora esta seja uma condição que pode ser tratada com cirurgia, encontrar as lesões numa ressonância magnética é um problema constante.
Para desenvolver o algoritmo, os cientistas analisaram cerca de 300 mil zonas do cérebro. Com base em padrões e caraterísticas, classificaram exemplos de DCF e de cérebros saudáveis, que serviram para treinar o algoritmo.
Segundo os resultados, publicados recentemente na Brain, o algoritmo identificou a presença de DCF em 67% dos casos – o estudo contou com 538 participantes.
Anteriormente, os resultados a 178 desses indivíduos foram negativos – ou seja, os radiologistas não conseguiram detetar a anormalidade somente através da leitura às ressonâncias magnéticas realizadas. O MELD, no entanto, detetou a condição em 63% desses casos.
De acordo com o artigo, caso os profissionais consigam identificar as disfunções através de forma mais precisa, isso permitirá um aumento no número de cirurgias e, consequentemente, na cura dos pacientes.
A equipa criou “um algoritmo de IA interpretável e que pudesse ajudar os médicos a tomar decisões. Mostrar aos médicos como o algoritmo MELD realizou as suas previsões foi uma parte essencial desse processo”, disse Mathilde Ripart, uma das autoras do estudo.
Já o investigador Já Konrad Wagstyl, outro dos autores, indicou que algoritmo pode ajudar a encontrar lesões ocultas em pacientes com epilepsia, permitindo que sejam considerados para cirurgia, procedimento que pode curar a doença e melhorar o desenvolvimento cognitivo.
“Cerca de 440 crianças por ano podem beneficiar da cirurgia” em Inglaterra, referiu ainda o especialista.
Cerca de 1% da população mundial sofre de epilepsia, que se caracteriza por convulsões frequentes. Embora existem tratamentos disponíveis, 20% a 30% dos indivíduos não respondem aos medicamentos. Em crianças submetidas a cirurgia, a DCF é a causa mais comum – em adultos, é a terceira.
“O nosso algoritmo aprende automaticamente a detetar lesões em milhares de ressonâncias magnéticas (…), lesões de diferentes tipos, formas e tamanhos, e até mesmo aquelas” que não foram detetadas “pelos radiologistas”, declarou Hannah Spitzer, outra das autoras.
Agora a Inteligencia Artificial é a cura pra tudo.
Lentamente estão-nos a programar para a aceitar sem nada questionar..